Contagem (Foto: Pedro Triginelli/G1)
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues aceitou o retorno de dois advogados de Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola, ao júri do caso Eliza Samudio. O réu é acusado do homicídio da ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes e de ocultação de cadáver. Os defensores Ércio Quaresma e Fernando Magalhães protocolaram petição com o pedido no dia 3 de dezembro. Na sexta-feira (11), a juíza autorizou a volta em despacho, mas manteve multa no valor de 30 salários mínimos para cada pelo fato de terem abandonado o julgamento em novembro do ano passado, de acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A decisão será publicada no Diário do Judiciário nesta terça-feira (15).
A multa também deve ser paga pelo advogado Zanone de Oliveira Júnior, que, segundo a Justiça mineira, não manifestou interesse em retornar ao caso. O defensor justificou ao G1 motivo de agenda profissional. “Essa causa está me tomando muito tempo e estou tendo problemas com outros clientes. Como esse júri se aproxima, requer atenção total dos advogados porque o processo já está com 16 mil páginas.”, disse. O julgamento de Bola, Bruno e Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador, está previsto para 4 de março.
- Ex-mulher de Bruno é absolvida do crime de calúnia contra delegadas
- Defesa tenta pela quarta vez reverter decisão que mantém Bruno preso
- STF nega recurso contra decisão que mantém goleiro Bruno preso
- Novo ministro do STF julgará habeas corpus do goleiro Bruno
- 'Bruno terá pena de 25 a 30 anos', avalia um dos advogados do goleiro
- 'Bruno terá pena de 25 a 30 anos', avalia um dos advogados do goleiro
- Condenado, Macarrão pode obter regime semiaberto em 2015
Quanto à autuação, Júnior declarou dúvida quanto ao pagamento. "Pode ser que eu pague. Estou querendo ajudar o judiciário, porque aquele fórum está um lixo. O prédio onde funciona era o sacolão municipal de Contagem. Vou conversar com os dois [Quaresma e Magalhães], se for prejudicá-los, não vou fazer isso", disse.
De acordo com Fernando Magalhães, a juíza não poderia impedi-los de atuar no caso. “O abandono do júri foi o abandono de um procedimento. Em momento nenhum, estivemos fora do processo. Quanto à multa, iremos recorrer e estamos sendo acautelados pela OAB em Minas e federal, que têm nos auxiliado no recurso”, afirmou. O advogado explicou que o recurso já está preparado e que deve ser impetrado, ainda sem data.
caso Eliza em novembro de 2012
(Foto: Pedro Triginelli/G1)
“Nós fizemos o que nunca deixamos de fazer: atuar na defesa do Bola. Nós jamais abandonamos a causa e sim um ato processual”, disse o advogado Ércio Quaresma. Segundo ele, a saída da sessão do júri em novembro não representava o abandono do caso. Em relação à multa, a intenção é recorrer. “Nós vamos recorrer, quando for determinada a execução, vamos tomar as medidas que nos couber", afirmou. O advogado comentou a saída de Zanone. “Foi uma opção dele, mas entendemos. O Marcos aceitou tranquilamente e continua depositando confiança em mim e no Fernando”, disse.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que, no entendimento da Justiça, os advogados retornaram à defesa de Bola porque, em novembro, eles haviam deixado o réu sem representação quando abandonaram a sessão do júri no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Júri
Em 23 de novembro, o júri popular do caso Eliza Samudio condenou os réus Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, pelo envolvimento na morte ex-amante do jogador, em crime ocorrido em 2010. Conforme sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão foi considerado culpado pelos crimes de homicídio e sequestro e cárcere privado. Fernanda foi condenada por sequestro e cárcere privado.
O júri popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados: Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza, que era titular do Flamengo, é acusado de ter arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, a sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza Marixa.
O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).
Além dos três réus que tiveram o júri desmembrado, dois acusados serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.
Para ler mais notícias do G1 Minas Gerais, clique em g1.globo.com/mg. Siga também o G1 Minas Gerais noTwitter e por RSS.