Wallace Simim na entrada do Fórum de Contagem
(Foto: Pedro Triginelli/G1)
A ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues, foi absolvida em primeira instância do crime de calúnia contra duas delegadas da Polícia Civil mineira. O juiz da 3ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Guilherme Sadi, decidiu pela absolvição, justificando que não houve dolo direito, isto é, intenção de cometer o crime. O conteúdo de uma carta redigida por Dayanne motivou o Ministério Público Estadual a oferecer a denúncia.
A decisão, do dia 18 de dezembro, está sujeita a recurso. Segundo a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, a denúncia afirma que Dayanne havia escrito à Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais (OAB-MG) uma carta de próprio punho noticiando a ocorrência de arbitrariedade, coação e ameaças por parte das delegadas durante as investigações sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samúdio.
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Ainda de acordo com a Justiça, na fase de alegações finais, o próprio Ministério Público pediu a absolvição, alegando que Dayanne desconhecia o destino que seria dado à carta e que parte do conteúdo teria sido ditado pelo advogado dela. A acusação prosseguiu dizendo que não ficou demonstrado qualquer abuso ou deslize administrativo por parte das delegadas e pediu a improcedência da ação por ausência da intenção de cometer o crime.
A defesa da ré também pediu a absolvição por entender que não houve crime nem intenção de manchar a honra das autoridades policiais mineiras, além de ressaltar a falta de provas.
Nesta segunda-feira (24), o advogado Wallace Simim, um dos defensores de Dayanne no caso Eliza Samudio, disse ao G1 que aguarda a homologação da sentença. "Tanto que a Justiça e o Ministério Público viram que ela não teve a intenção. Ela foi induzida a escrever a carta", afirmou Simim, referindo-se a um advogado anterior da cliente, cujo nome ele não quis revelar.
Segundo a Justiça, Dayanne vai a júri popular em março de 2012 pelo sequestro e cárcere do filho de Eliza Samudio.
Júri
Em 23 de novembro, o júri popular do caso Eliza Samudio condenou os réus Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, pelo envolvimento na morte ex-amante do jogador, em crime ocorrido em 2010. Conforme sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão foi considerado culpado pelos crimes de homicídio e sequestro e cárcere privado. Fernanda foi condenada por sequestro e cárcere privado.
O júri popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados: Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza, que era titular do Flamengo, é acusado de ter arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, a sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza Marixa.
O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).
Além dos três réus que tiveram o júri desmembrado, dois acusados serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.
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