19/11/2012 22h45 - Atualizado em 20/11/2012 00h24

Promotor avalia primeiro depoimento como de ‘extrema importância’

Única testemunha a ser ouvida nesta segunda (19) foi Cleiton Gonçalves.
‘Nós não temos um homicídio sem provas', declarou.

Pedro CunhaDo G1 MG, em Contagem (MG)

Henry Wagner Vasconcelos de Castro (Foto: Pedro Cunha/G1)Henry Wagner Vasconcelos de Castro
(Foto: Pedro Cunha/G1)

Depois de deixar o plenário, na noite desta segunda-feira (19), o promotor de Justiça da Comarca de Contagem, Henry Wagner Vasconcelos de Castro, responsável pelo processo que julga a morte e desaparecimento de Eliza Samudio, falou à imprensa sobre o primeiro dia de Julgamento. Segundo Castro, o depoimento da primeira testemunha de acusação – Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno – foi de "extrema importância", pois ele confirmou o testemunho do primo de Bruno, Jorge Luiz Lisboa Rosa, dado durante as investigações. As declarações do jovem, menor de idade à época do sumiço de Eliza, são um dos pilares da acusação.

"Hoje, nós tivemos uma informação muito importante no depoimento de Cleiton. Uma informação que, em nenhum outro momento antes, ele trouxera. Mas, que confirmou parte das declarações do, na época, adolescente Jorge Luiz Lisboa Rosa. Hoje, Cleiton confirmou que o veículo Range Rover (...) estava sendo levado para lavagem a óleo diesel. Aquele veículo, conforme foi demonstrado pericialmente, já tinha passado por uma lavagem a água, e as manchas de sangue não haviam sido removidas com sucesso", declarou. Segundo as investigações, o veículo, apreendido em uma blitz por irregularidades na documentação, teria sido usado para transportar Eliza Samudio e o filho dela do Rio de Janeiro para Minas Gerais.

O promotor comentou, ainda, o abandono do júri dos advogados Ércio Quaresma, Fernando Magalhães e Zanone de Oliveira Júnior, que defendem Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. "Sem sombra de dúvidas, tratou-se de uma manobra da defesa do Marcos Aparecido dos Santos, para que ele não fosse julgado. O Bola será julgado em outra oportunidade, juntamente com os dois réus, o Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e o Elenilson Vitor da Silva", pontuou.

Para o promotor, com a saída dos defensores de Bola, os trabalhos dentro do plenário poderão ser realizados com muito mais tranquilidade. Ele acredita que, por causa da ausência de Ércio Quaresma e dos outros advogados que defendiam Marcos Aparecido, o fim do júri será antecipado, podendo terminar até mesmo no fim desta semana.

'Eliza está morta'
Sobre a hipótese levantada pela defesa de Bruno, de que Eliza Samudio estaria viva, Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse que se tratava de uma estratégia do advogado do goleiro para difundir uma dúvida com relação ao assassinato da ex-amante.

"Eliza está morta. Isso se trata de um estratagema que a defesa, nas últimas semanas, em uma ofensiva, tola e infantil, passou a embandeirar para plantar na sociedade e, naturalmente, nas mentes dos jurados, que hoje, passaram a compor esse júri, a dúvida com relação ao acontecimento, o assassinato dela. (...) Nós temos um homicídio sem corpo, mas nós não temos um homicídio sem provas", declarou Castro.

Para ler mais sobre o Caso Eliza Samudio, clique em g1.globo.com/minas-gerais/julgamento-do-caso-eliza-samudio/. Siga também o julgamento no Twitter e por RSS.

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