O goleiro Bruno Fernandes de Souza e outros quatro réus começam a ser julgados por júri popular, a partir desta segunda-feira (19), pelo cárcere privado e morte da ex-amante do jogador, Eliza Samudio, de 25 anos, em crime ocorrido em 2010. Sete jurados vão definir o futuro dos acusados, levando em conta todo o tipo de prova reunida no processo e também brechas na investigação que poderão favorecer as defesas.
(A partir de segunda, dia 19, acompanhe no G1 a cobertura completa do julgamento do caso Eliza Samudio, com equipe de jornalistas trazendo as últimas informações, em tempo real, de dentro e de fora do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Conheça os réus, entenda o júri popular, relembre os momentos marcantes e acesse reportagens, fotos e infográfico sobre o crime envolvendo o goleiro Bruno.)
Segundo o Ministério Público, oito acusados, sob ordens de Bruno, participaram do sequestro e desaparecimento da modelo, entre eles a mulher e uma ex-namorada do goleiro. A Promotoria acusa o ex-jogador do Flamengo de ter arquitetado o crime para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno nega.
O julgamento acontecerá no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), em júri presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. As sessões do caso têm previsão de durar pelo menos duas semanas.
Para decidir o veredicto, culpados ou inocentes, os jurados poderão ter acesso a todo tipo de prova presente no processo, desde as conclusões do inquérito até os testemunhos que serão dados na hora do julgamento, a palavra de cada réu e ainda o material audiovisual que será apresentado na sessão, como vídeos e reportagens sobre o caso.
Apesar disso, as investigações não conseguiram responder algumas perguntas e, em caso de dúvida, segundo o processo penal, cada jurado deverá ser orientado a julgar em favor da defesa. Veja a seguir pontos considerados chave para o julgamento:
Registros |
Inquérito traz anexado quebra de sigilo telefônico de Eliza e dos acusados |
Depoimentos de amigos de Eliza |
Eliza teria dito que se encontraria com Bruno. Há registros de ligação de hotel no Rio, onde ficou hospedada, supostamente a pedido do goleiro. |
Sangue e multas de trânsito no Rio |
Infração de trânsito do Range Rover de Bruno mostra que o veículo saiu do hotel onde estava Eliza para apartamento do goleiro, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio. No carro estariam Macarrão e um menor de idade, que escondido no banco de trás teria golpeado Eliza com coronhadas. |
Cárcere no Rio |
Há registro de entrada de Fernanda Castro, ex-namorada de Bruno, no apartamento do Recreio dos Bandeirantes, autorizada por Macarrão. |
Ligação de Bruno para seu caseiro |
Denúncia tem ligações entre Bruno, o menor de idade e o caseiro do sítio para onde Eliza foi levada, em Esmeraldas (MG), realizadas na noite em que ela estaria no apartamento do goleiro no Rio, já sob cárcere privado. |
Multas de trânsito a caminho de MG |
O veículo dirigido por Bruno, um BMW preto, entra no condomínio no Rio, e, mais tarde, leva multa na Linha Vermelha, caminho para Minas Gerais. |
Telefonemas na viagem até o sítio |
Bruno telefonou para Macarrão na BR 040, que liga Rio a Belo Horizonte. |
Parada no motel |
Depoimentos de camareiras dão conta de que dois carros entraram em um motel no caminho para o sítio do goleiro. Há recibo do cartão de débito de Bruno, usado para pagar por duas suítes. |
O bebê Ryan |
A mulher de Bruno, Dayanne, afirmou à polícia que o menino no sítio do goleiro era chamado por todos de Ryan. |
Depoimento de Sérgio Rosa Sales |
A partir da entrada no sítio,as pistas da polícia se baseiam no depoimento do primo do goleiro, que morreu. Ele auxiliou na reconstituição do crime. |
Participação de Bola no crime |
Há registros telefônicos de contato entre Macarrão e Bola, acusado de ser o executor de Eliza. Além disso, os dois primos de Bruno descreveram que o ex-policial asfixiou a vítima e depois atirou seu corpo para cachorros. |
*Fonte: inquérito do caso Eliza Samudio, Polícia Civil de MG |