19/11/2012 20h32 - Atualizado em 19/11/2012 20h39

Dispensa do júri do caso Eliza Samudio provoca pesar e alívio

Estudante e servidora falaram da expectativa para o julgamento.
Elas estavam prontas para o confinamento, mas foram liberadas.

Flávia CristiniDo G1 MG, em Contagem (MG)

Funcionária pública e estudante de direito deixam o Fórum de Contagem, após serem dispesadas pela defesa de um dos réus.   (Foto: Flávia Cristini/G1)Funcionária pública e estudante de direito deixam o Fórum de Contagem, após serem dispensadas pela defesa de um dos réus. (Foto: Flávia Cristini/G1)

A estudante de direito Helena Nogueira, 34 anos, estava pronta para passar os próximos dias confinada, longe da família, dos estudos e dos amigos, mas voltou para casa na tarde desta segunda-feira (19). Ela foi dispensada da formação do corpo de jurados que vai decidir o futuro do goleiro Bruno Fernandes e de outros três réus acusados de cárcere privado e da morte de Eliza Samudio, ex-amante do jogador, em caso ocorrido em 2010. Com bastante pesar, ela deixou o Fórum de Contagem no fim da tarde. "Me sentia completamente pronta, gostaria de participar, trouxe roupa e tudo. Me preparei emocionalmente para estar aqui e ser imparcial", disse ao G1.

A dispensa de jurados é um procedimento comum em toda sessão de júri popular. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues leu os nomes dos jurados inscritos, e os advogados de cada réu puderam recusar até três pessoas cada. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Helena foi dispensada pela defesa de Marcos Aparecido dos Santos, de apelido Bola. Não é necessário apresentar justificativa para a recusa.

"A dispensa é estratégica. O advogado quer um conselho de sentença de acordo com a linha dele", interpreta a jurada dispensada. A principal motivação para partipar é profissional, segundo Helena, que está concluindo o curso de Direito e acha o caso complexo. "É um júri polêmico, muito cheio de histórias, por isso vai ser muito trabalhoso". Atenta, ela observou a emoção dos réus no tempo em que ela esteve presente no salão do júri. "O Bruno estava tranquilo, já o Macarrão tenso, tanto que passou mal", disse.

Há oito anos, Helena participa de júris populares e encara a função como uma grande resposabilidade de cidadã. Uma funcionária pública, de 56 anos, que pediu para ter o nome preservado, tem a mesma opinião. Ela é jurada há dois anos e ficou tensa com a convocação da Justiça.

"Recebi a dispensa com alívio. Este caso é muito polêmico", disse a funcionária pública que disse ter acordado hoje com "frio na barriga". Ela relatou que a véspera do julgamento foi de muita ansiedade, causando apreensão entre parente e pessoas próximas. Se fosse escolhida para compor o corpo de jurado, teria que se dedicar integralmente ao júri até o encerramento, com previsão de dez dias. "Não sei se vale a pena, apesar de ser muito importante você fazer a sua parte", disse.

Após as dispensas, foi decidido que o júri do caso Eliza Samudio é formado por seis mulheres e um homem, todos cidadãos maiores de 18 anos residentes em Contagem. Eles não podem ter antecedente criminal ou parentesco com os acusados.Os escolhidos fizeram o juramento de que vão analisar o caso com imparcialidade.

Os sete jurados vão ficar confinados até o final do julgamento e não podem conversar entre si sobre o caso. A acomodação e alimentação são custeadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que prevê um gasto de R$ 35 mil com o júri.

Para ler mais sobre o Caso Eliza Samudio, clique em g1.globo.com/minas-gerais/julgamento-do-caso-eliza-samudio/. Siga também o julgamento no Twitter e por RSS.

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