VÍDEO: Bolsonaro diz que 'no mínimo, 22 milhões de vacinas' serão entregues em março
Em conversa com apoiadores em Uberlândia nesta quinta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez críticas a comentários sobre a compra de vacinas contra Covid-19 pelo governo federal (assista no vídeo acima). Ele afirmou:
"Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] 'vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo".
Aos apoiadores que o acompanhavam, o presidente disse que editou medidas provisórias para destinar R$ 20 bilhões para compra de vacinas e que, neste mês, 22 milhões de doses devem ser entregues à população.
Veja as falas de Bolsonaro sobre as vacinas contra a Covid-19
O governo Bolsonaro resistiu a comprar vacinas contra a Covid-19.
Em outubro do ano passado, o presidente chegou a vetar a aquisição da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac e hoje usada no programa nacional de imunização.
E o Ministério da Saúde rejeitou uma oferta de venda da Pfizer feita em setembro do ano passado. A pasta decidiu assinar um contrato com o laboratório apenas nesta semana (leia mais abaixo).
Bolsonaro também defendeu o veto que fez ao trecho de uma medida provisória proposta aprovada pelo Congresso que permitia a estados e municípios adotar medidas de imunização em caso de omissão do Ministério da Saúde.
O presidente argumentou que os governadores comprariam as vacinas, mas ele é quem teria de pagar, e disse que "onde tiver vacina para comprar, nós vamos comprar".
Ainda em janeiro, Bolsonaro também voltou a defender o chamado tratamento precoce contra Covid-19, citando medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença. O presidente afirmou que indicar tratamento precoce a pacientes, "mais do que obrigação, [é] um direito do médico".
Veja, no vídeo abaixo, mais sobre a visita de Bolsonaro a Uberlândia:
Bolsonaro é recebido no Triângulo por autoridades para inauguração de ferrovia
Compra de vacinas pelo governo federal
Em Uberlândia, Bolsonaro afirmou nesta quinta que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou contrato com a Pfizer para compra de imunizantes contra Covid-19.
Nesta quarta-feira (3), o Ministério da Saúde havia decidido assinar contratos para compra de vacinas contra a Covid-19 dos laboratórios Pfizer e Janssen.
Antes, o governo federal vinha resistindo à compra de vacinas desses laboratórios – o Ministério da Saúde criticou os termos do contrato de venda de vacinas pelas farmacêuticas, classificados como muito rígidos pelo ministro Pazuello.
Até que que ocorra a assinatura oficial dos contratos e que as doses sejam entregues, a CoronaVac e a vacina de Oxford, produzida em parceria pelo laboratório AstraZeneca e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são as únicas disponíveis para vacinação no Brasil.
O governo federal também resistiu à compra da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.
Em 2020, Jair Bolsonaro disse em rede social que o Brasil não compraria "a vacina da China". O presidente afirmou ainda que ninguém seria obrigado a tomar a vacina – e foi criticado por especialistas.
Já na última quinta-feira (25), o governo também disse ter assinado acordo para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, desenvolvida na Índia pela farmacêutica Bharat Biotech.
Nesta quarta, porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o laboratório Bharat Biotech não solicitou qualquer autorização de uso e de pesquisa da Covaxin no Brasil. Sem esse aval, não é possível usar o imunizante no país.
A vacinação contra a Covid-19 começou no Brasil em janeiro, após atrasos na entrega de doses. Em fevereiro, capitais chegaram a suspender ou restringir a imunização por falta de vacinas.
Até esta quarta, o Brasil havia aplicado aplicou a primeira dose de vacinas contra Covid-19 em 7,35 milhões de pessoas, número que representa 3,47% da população do país. A segunda dose foi aplicada em 2,3 milhões de pessoas, número que equivale a 1,09% da população brasileira.
Aglomeração em Uberlândia
Apoiadores recebem presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Uberlândia nesta quinta-feira (4) — Foto: Arcênio Correa/G1
Bolsonaro foi recebido no aeroporto da Uberlândia, onde pousou pouco depois das 9h desta quinta, numa parada que estava fora da agenda oficial. O presidente estava sem máscara e causou aglomeração. No aeroporto, recebeu o prefeito da cidade, Odelmo Leão (PP).
Bolsonaro passou Uberlândia a caminho de São Simão (GO), onde participaria mais tarde da inauguração de trecho da Ferrovia Norte-Sul (leia mais abaixo).
Uberlândia faz parte do Triângulo Norte no programa Minas Consciente. A região está na fase roxa de restrição, que proíbe a circulação sem o uso da máscara de proteção. A cidade está com os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotados por conta da Covid-19.
Ferrovia Norte-Sul
O leilão de concessão do trecho da ferrovia que Bolsonaro inaugurou nesta quinta ocorreu em março de 2019. O trecho em São Simão tem 682 km de extensão e faz parte do Tramo Sul da ferrovia, que vai de Ouro Verde (GO) até Estrela d’Oeste (SP).
Em Minas Gerais, o trem vai passar pelas cidades de Santa Vitória, União de Minas e Iturama. A ferrovia é classificada como um dos principais projetos para o escoamento da produção agrícola do país.