Paulo Marinho e Tubal de Siqueira Silva — Foto: Reprodução/TV Integração
O ano era 1971. A TV Triângulo de Uberlândia, hoje TV Integração, dava um passo ousado e assinava o primeiro contrato de exclusividade de uma afiliada com a Rede Globo. À época, inédito, o acordo firmado pelo presidente da emissora, Tubal de Siqueira Silva, foi considerado pioneiro e se tornou exemplo para empresas de outras regiões do Brasil também aderirem ao modelo.
Hoje, graças ao apoio das afiliadas, a Globo está presente em todos os estados do Brasil. Em entrevista ao programa especial "Minas no Mundo", o diretor-presidente do Grupo Globo, Paulo Marinho, classificou o movimento de Tubal Siqueira como "visionário" e ressaltou que a afiliação ajudou a construir a rede de comunicação da Globo no país.
O especial sobre a história do empresário mineiro à frente da TV Integração vai ao ar no próximo sábado (21), logo após a novela Mania de Você. No dia seguinte, o conteúdo também poderá ser visto e revisto no Globoplay.
Paulo Marinho e Roberto Irineu Marinho participam do especial "Minas no Mundo"
Tubal e TV Integração: afiliadas ajudam a levar a Globo ao Brasil
Sob a administração de Tubal, programas como Jornal Nacional, Planeta dos Homens, Chacrinha e a transmissão jogos do futebol chegaram ao interior de Minas Gerais. Além da programação comprada da Globo do Rio de Janeiro, a TV Triângulo também abriu espaços na grade para o telejornalismo local, modelo mantido até hoje na emissora e nas demais afiliadas pelo Brasil.
"É cada vez mais importante essa soma de uma presença local muito forte, relevante, podendo ter essa relação com a comunidade local. É muito importante a gente manter essa relevância que se soma a rede como um todo e todas as afiliadas espalhadas pelo Brasil. Isso eu diria que é o que soma essa relevância que a Globo tem no país", afirmou Paulo Marinho.
Paulo Marinho em entrevista à jornalista Daniela Abreu, diretora de jornalismo da TV Integração. — Foto: TV Integração/Reprodução
"A gente fortalece esse contato com cada comunidade. A gente leva informação, a gente leva prestação de serviço, a gente leva entretenimento e a gente é capaz de engajar cada comunidade a cada localidade e também o Brasil, o Brasil inteiro. A Globo tem essa capacidade do local, do regional, e ao mesmo tempo ajudar a criar uma identidade nacional muito forte no Brasil", acrescentou.
No especial, Tubal de Siqueira Silva reconheceu a ousadia que a TV Triângulo mostrou ao dar os primeiros passos no modelo de afiliação.
Tubal de Siqueira Silva, presidente TV Integração — Foto: Arquivo/ TV Integração
Roberto Irineu Marinho: 'Se eu resumisse o Tubal em algumas palavras, eu diria coragem'
O vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, Roberto Irineu Marinho, destacou que o pioneirismo de Tubal Siqueira de fazer televisão no interior se concretizou mesmo com obstáculos, como a dificuldade de adquirir equipamentos.
"O tamanho do desafio era monumental. Primeiro, no Brasil, tudo era difícil. Nós estávamos debaixo de um governo militar, que limitava importações, queria fazer a substituição por indústria nacional. A indústria nacional não produzia equipamentos capazes de produzir uma câmera de imagem. No Brasil, custava muito mais do que nos Estados Unidos. Então, além do desafio de falta de recursos, tinha o desafio de falta de acesso à tecnologia, porque tinha limitações governamentais", afirmou.
"Empreender no Brasil é muito difícil. E realmente esses que começaram, os desbravadores, os corajosos, foram sensacionais. Se eu resumisse o Tubal em algumas palavras, eu diria coragem. Persistência. Ele sonhou e foi insistindo, insistindo, com a resiliência louca até conseguir o que queria", acrescentou Roberto Irineu.
Roberto Irineu Marinho no especial "Minas no Mundo" — Foto: TV Integração/Reprodução
Diretora de Jornalismo da TV Integração, Daniela Abreu ressalta a riqueza desses e de outros depoimentos presentes no especial "Minas no Mundo".
"É muito bonito poder ouvir essa história sendo contada pelo próprio Dr. Tubal e por personagens icônicos da televisão brasileira, que testemunharam a coragem desse homem que se atreveu a desafiar a falta de tecnologia, as montanhas de Minas, a incredulidade do público e até a falta de anunciantes para realizar o sonho de criar uma televisão regional em um momento em que nem as capitais ainda tinham emissoras de televisão efetivamente funcionando.