Possíveis agressões em creches são investigadas em Poços de Caldas e Pouso Alegre
Casos envolvendo crianças em creches das duas maiores cidades do Sul de Minas são investigados. As ocorrências foram registradas em Poços de Caldas (MG) e Pouso Alegre (MG) na sexta-feira (13).
Bebê sofre fratura na clavícula em Poços de Caldas
Em Poços de Caldas, a Polícia Civil e a Secretaria Municipal de Educação investigam as causas de uma fratura na clavícula sofrida por uma bebê de 1 ano e 11 meses.
Inicialmente, uma funcionária do Centro de Educação teria alegado que o choro persistente da criança seria devido a um brinquedo retirado da bebê por outra criança. A dor persistiu e exames confirmaram a fratura.
A mãe então pediu as imagens de segurança da creche, mas a Secretaria Municipal de Educação informou que elas só poderiam ser fornecidas com ordem judicial. Posteriormente, a Secretaria de Educação informou que uma outra criança teria caído sobre a menina, o que pode ter causado a lesão.
A mãe registrou o caso na Polícia Civil, que solicitou as imagens da câmera de segurança e deve ouvir os funcionários da creche nos próximos dias.
Para a EPTV, afiliada Globo, a Secretaria Municipal de Educação disse que entrou em contato com a coordenação do CEI solicitando um relatório completo para assim esclarecer os fatos. Afirmou ainda que este relatório sobre o caso será analisado para que todas as medidas preventivas sejam tomadas, a fim de evitar situações semelhantes no futuro.
Possíveis agressões em creches são investigadas em Poços de Caldas e Pouso Alegre — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Denúncia de maus-tratos contra criança autista em Pouso Alegre
Em Pouso Alegre, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar uma denúncia de maus-tratos contra uma criança autista, uma menina de 2 anos, dentro de uma creche municipal.
Segundo o boletim de ocorrência, a mãe teria chegado do trabalho e visto a criança chorando muito, com algumas marcas no corpo. A creche teria informado à mãe que poderiam ser marcas de uma dermatite.
Ao levar a filha até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), uma médica teria orientado a mãe a procurar o Conselho Tutelar e a Polícia Civil, pois as marcas pareciam de agressão. Foi feito um exame de corpo de delito.
A EPTV, afiliada Globo, conversou com a mãe da menina, que disse que deve prestar depoimento nesta quinta-feira (19) na delegacia. A Polícia Civil informou que apura as circunstâncias do ocorrido e que a investigação segue em andamento.
Possíveis agressões em creches são investigadas em Poços de Caldas e Pouso Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV
Por meio de nota, a prefeitura informou que tomou ciência do ocorrido na noite de sexta-feira (13) e, de forma imediata, adotou as providências cabíveis, como o acionamento imediato do Conselho Tutelar.
"O município solicitou a realização do exame de corpo de delito, que foi feito na segunda-feira (16). A Secretaria de Educação instaurou uma sindicância interna para apurar os fatos de maneira clara e responsável, tendo em vista que, até o presente momento, não é possível afirmar que a situação ocorreu em um ambiente escolar e por servidor público".
A administração pública também informou que a criança deu entrada pela manhã no CEIM e durante as diversas trocas do dia, foi notada assadura e diarreia.
"Por volta de 17h, a criança passou por nova limpeza e troca de roupas. Já aproximadamente às 17h40, ela foi entregue a uma motorista de aplicativo, por solicitação da genitora, ainda com quadro de diarreia. A mãe da criança somente acionou a Secretaria de Educação por volta das 21h30, aproximadamente 3h após a criança estar aos cuidados da família", disse a prefeitura por meio de nota.
Como agir em casos de violência infantil
Em entrevista à EPTV, afiliada Globo, a advogada Elaine Cristina da Silva, vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes da OAB de Poços de Caldas, explica a importância de procurar a instituição de ensino para dialogar e entender o que pode ter acontecido.
"Havendo lesões físicas, é muito importante, ainda que não seja o caso, que a criança seja levada a um atendimento médico, ainda que preventivamente, para que seja verificado se houve uma lesão mais grave e a partir dali ser encaminhado para outros órgãos competentes sendo detectado algum tipo de violência", explicou.
Identificada qualquer suspeita de violência, o caso deve ser encaminhado aos órgãos competentes, como a polícia ou o Conselho Tutelar, responsável por garantir os direitos das crianças e adolescentes.
"No caso de atendimento médico, em que o médico suspeite ou ainda tenha a confirmação de que se trata de uma violência, ele mesmo, por determinação tanto do Estatuto da Criança e do Adolescente como da própria Constituição, ele precisa notificar os órgãos responsáveis para tomar providências, assim como também os responsáveis pela educação", completou.