Por Jô Andrade, Ana Carolina Ferreira, g1 Minas — Belo Horizonte


  • Brasileira de 25 anos denunciou ter sido vítima de assalto e tentativa de estupro junto com amiga durante viagem a Paris, na França.

  • 7 homens armados invadiram o apartamento alugado por elas pelo Airbnb, roubaram pertences, euros e tentaram tirar as roupas das vítimas.

  • Na noite de 16 de novembro, elas ouviram batidas na porta e acharam que era a 3ª amiga hospedada com elas que estava chegando, mas foram surpreendidas

  • Na ação, o grupo criminoso roubou, entre outros itens, quatro celulares, 900 euros – aproximadamente R$ 6 mil – e cartões de crédito.

Marcela Carvalho conta que viveu momentos 'desesperadores' em Paris

Marcela Carvalho conta que viveu momentos 'desesperadores' em Paris

Uma turista brasileira denunciou tentativa de estupro denunciou ter sido vítima de assalto e tentativa de estupro durante uma viagem a Europa. Segundo a vítima, sete homens armados invadiram um apartamento alugado pelo Airbnb, roubaram pertences, euros e tentaram tirar as roupas das vítimas.

Veja, abaixo, o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:

O que aconteceu?

A maquiadora brasileira Marcela Vinhal de Carvalho, de 25 anos, denunciou ter sido vítima de assalto e tentativa de estupro durante uma viagem que fez a Paris, na França. Segundo a vítima, sete homens armados invadiram um apartamento alugado pelo Airbnb, roubaram pertences, euros e tentaram tirar as roupas das vítimas.

Marcela, que é natural da cidade de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ficou hospedada na capital francesa com outras duas amigas.

Na noite de 16 de novembro, último dia da viagem, ela estava acompanhada apenas de uma delas. As jovens ouviram batidas na porta e acharam que era a terceira amiga pedindo para entrar na casa, no entanto, foram surpreendidas por sete homens invadindo o apartamento.

Maquiadora brasileira denunciou ter sofrido assalto e tentativa de estupro em Paris — Foto: Arquivo pessoal

Como as vítimas conseguiram escapar?

Segundo a maquiadora, pouco depois a terceira amiga retornou ao apartamento e interfonou por diversas vezes. Neste momento, os suspeitos se assustaram e decidiram deixar o local às pressas. Enquanto desciam as escadas, a amiga da maquiadora viu que eles levavam celulares e bolsas das colegas.

"Isso aconteceu por volta de 20h, e uma das nossas amigas que tinha saído estava para chegar. Eles entraram gritando muito, nos bateram com tapas, murros e cotoveladas. Eles tentaram atirar em mim, pois eu estava em pânico e gritando muito. Bateram com a arma na cabeça da minha amiga quando ela tentou me acalmar. Eles ainda tentaram arrancar nossas calças e blusas", contou Marcela, ao g1.

As vítimas saíram da casa e foram até a estação de metrô mais próxima para pedir ajuda. Uma mulher viu a situação do trio e acionou a polícia. As jovens foram levadas para a delegacia por volta de 21h, e lá ficaram até às 8h da manhã do dia seguinte. Agentes da polícia francesa também foram até o apartamento para coletar informações sobre os envolvidos no crime.

O que foi levado no assalto?

Na ação, o grupo criminoso roubou quatro celulares, um deles era um aparelho que Marcela usava no trabalho de maquiadora e influenciadora digital. Também foram levados 900 euros – aproximadamente R$ 6 mil –, cartões de crédito e outros itens.

Qual a resposta da polícia francesa?

Ainda de acordo com a brasileira, além de terem que lidar com o medo no momento da invasão, as vítimas foram interrogadas pela polícia como se fossem suspeitas.

Os policiais teriam sugerido que as jovens eram prostitutas após verem medicamentos ginecológicos e preservativos nas malas delas, conforme informou a maquiadora. Elas foram liberadas do depoimento e retornaram ao apartamento. Horas depois, a polícia foi até lá e convocou as vítimas para exames de corpo de delito.

"Foi bizarro. A gente pensou que eles [policiais] eram super preparados. Eles andaram pela casa, coletaram digitais... Mas tinham algumas peças íntimas em algumas das malas e os policiais falaram que era cor de calcinha de prostituta. A gente não conseguia entender o idioma, mas uma das minhas amigas compreendia o que eles falavam. Fomos interrogadas como se fôssemos as suspeitas", disse Marcela.

Brasileira denuncia que teve apartamento invadido em Paris — Foto: Arquivo pessoal

O que foi feito pelo proprietário do apartamento alugado?

De acordo com Marcela Carvalho, ao chegarem do hospital onde foram feitos exames nas vítimas, o proprietário do apartamento expulsou as jovens e cancelou a reserva, alegando que a decisão foi tomada por motivos de "segurança".

O que falta esclarecer?

A turista brasileira afirmou, ainda, que os policiais franceses não se disponibilizaram a procurar os suspeitos do crime, e só as vítimas foram ouvidas. Marcela contou à reportagem que os celulares roubados estavam com as localizações ativadas, e indicava que as pessoas que cometeram os crimes estavam próximas ao apartamento alvo do assalto.

Por nota, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) afirmou que acompanhou o caso e prestou assistência consular às brasileiras. No entanto, o órgão não respondeu sobre a denúncia de que as vítimas não foram devidamente auxiliadas.

A reportagem procurou a polícia francesa, mas não teve retorno. O Airbnb informou que reembolsou integralmente o valor da hospedagem e está dando suporte à vítima.

Qual a ação do consulado brasileiro?

Marcela contou, também, que procurou o Consulado-Geral do Brasil em Paris, mas disse não ter sido bem atendida por nenhum representante.

Desesperada, ela chegou a se ajoelhar e pedir ao segurança que a deixasse ficar no local até que alguém prestasse assistência, já que estava sem celular, dinheiro e formas de fazer contato com familiares no Brasil.

"Quando isso aconteceu, eles [do Consulado] ameaçaram chamar a polícia para mim", afirmou.

Depois de tentar auxílio brasileiro na França, Marcela decidiu voltar para o Brasil. A equipe do Consulado emprestou um telefone para que ela conseguisse falar com a família.

Outros brasileiros que viram as jovens buscando ajuda também se solidarizaram e as auxiliaram no contato com a família.

A mineira chegou ao Brasil no último domingo (1º), e retomou suas atividades no estúdio de maquiagem que administra.

"Me sinto segura aqui, mas os traumas não passam nunca. Meu estúdio fica no 2º andar de uma loja, e sempre penso que alguém vai aparecer. Tenho crises de pânico. É um sentimento de impotência, sabe?", contou.

Marcela Carvalho é maquiadora e natural de Minas Gerais — Foto: Reprodução/TV Globo

Vídeos mais vistos no g1 Minas:

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!