Por Rodrigo Salgado, g1 Minas — Belo Horizonte


Lama em Bento Rodrigues, distrito destruído pela tragédia — Foto: Cida Alves/G1

Em agenda em Belo Horizonte na manhã deste sábado (19), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), falou que o novo acordo de repactuação pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas, incluirá uma indenização "imediata" de R$ 30 mil para cada uma das mais de 300 mil famílias atingidas.

Segundo Silveira, o acordo entre os governos federal e estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo e as mineradoras Vale, BHP e Samarco deve totalizar R$ 167 bilhões, sendo R$ 100 bi de "dinheiro novo" — ou seja, que ainda não foram quitados pelos envolvidos.

"Nós passamos de R$ 49 bi para R$ 100 bilhões de dinheiro novo, passamos de R$ 14 bi de obrigação de fazer para R$ 30 bi. Entre esses recursos, mais de 300 mil famílias receberão indenização imediata de R$ 30 mil e pescadores de R$ 95 mil", disse o ministro.

Os termos do acordo repassados pelo ministro são semelhantes aos divulgados pela Vale nesta sexta-feira em comunicado ao mercado. De acordo com Silveira, as obrigações de execução da Samarco serão de R$ 37 bilhões.

8/11- Bombeiros trabalham nas buscas por vítimas no distrito de Bento Rodrigues, que ficou coberto de lama depois de rompimento de barragens de rejeitos de mineração — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

'Tripé do acordo'

De acordo com o ministro, as negociações dos termos do acordo envolveram um "tripé" de condicionantes.

"Não é motivo de comemoração uma reparação de danos. O melhor é que o dano não tivesse acontecido. Mas, agora, chegamos a um termo que é possível para minimizar os impactos desse incidente tão grave para o país", concluiu Alexandre Silveira.

Os termos da repactuação são discutidos há anos entre poder público, instituições de Justiça e as mineradoras.

Relembre

A barragem de Fundão rompeu em 5 de novembro de 2015, em Mariana, e causou o maior desastre ambiental da história do país. Dezenove pessoas morreram.

Cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração destruíram comunidades e modos de sobrevivência, contaminaram o Rio Doce e afluentes e chegaram ao Oceano Atlântico, no Espírito Santo. Ao todo, 49 municípios foram atingidos, direta ou indiretamente.

Para as instituições de Justiça e os governos, as ações de reparação executadas nos últimos anos foram insuficientes. Por isso, um novo acordo é discutido.

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