Por Alex Araújo, g1 Minas — Belo Horizonte


O delegado Arthur Benício — Foto: Reprodução/TV Globo

Um jovem, de 19 anos, foi preso preventivamente em São José dos Campos (SP), na última quinta-feira (1º), suspeito de cometer crimes de tortura, gravação e divulgação de cenas de nudez, racismo e injúria racial contra uma mulher, de 23, que mora em Belo Horizonte.

Nesta segunda-feira (5), na capital mineira, o delegado Arthur Martins da Costa Benício disse que eles se relacionaram virtualmente, em 2023, e que o homem começou a exigir que a vítima se automutilasse, inclusive "escrevendo" no corpo o nick name que eles usavam nas redes sociais.

Caso ela não fizesse, o homem disse que vazaria na web imagens íntimas da mulher, que foram gravadas ilegalmente em videochamadas.

“Os atos de tortura tinham como pano de fundo a questão racial e misógina”, descreveu o delegado.

As ameaças se agravaram depois que a vítima descobriu que ele também mantinha outro relacionamento virtual.

O homem se indignou e pediu para que ela mentisse sobre esse relacionamento, mas ela se negou. Ele, então, criou um grupo com a família da vítima e divulgou as imagens íntimas.

Desesperada, segundo o delegado, a mulher pediu que o suspeito acabasse com o grupo, mas ele novamente exigiu que ela gravasse um vídeo se agredindo, com tapas no rosto, e pedindo desculpas.

“As investigações demonstraram tortura, constrangimentos e ameaças. São lesões físicas e psicológicas que vão perdurar por muito tempo”, analisou Benício.

O delegado contou ainda que expressões racistas como “macaca”, “parda suja” e “sou muito melhor que você, porque sou branco de olhos claros” eram xingamentos usados pelo agressor contra a vítima.

Tortura e nazismo

Em um capítulo de tortura à parte, Benício disse que ela foi obrigada a introduzir uma faca na região genital e que a cena foi gravada pelo homem.

Ainda conforme Benício, nas redes sociais o suspeito usava a suástica – símbolo do nazismo – além de emblemas nazistas e imagens de Adolf Hitler.

Abandono

Arthur Benício falou que o suspeito foi abandonado pela mãe quando tinha três anos e o pai é dependente químico, que tentou matar a própria mãe, avó do rapaz, que o criou.

Gato decapitado

Além de todas as ameaças e crimes cometidos pelo suspeito, o delegado disse que o homem ainda decapitou um gato e postou a filmagem nas redes sociais.

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