Bolsas da Fapemig são reajustadas em 25% — Foto: João Oliveira/Fapemig
As bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) serão reajustadas em 25%. É a primeira vez em quase oito anos que há um aumento como este. O anúncio feito pelo governo atende à medida aprovada pelo conselho curador do órgão, mas não cumpre o repasse determinado pela constituição estadual.
A legislação determina a destinação de 1% da receita orçamentária anual de Minas Gerais para a Fapemig. Neste ano, o valor do repasse estaria em torno de R$ 400 milhões, segundo o presidente da fundação, Paulo Sérgio Beirão. Mas a previsão é que a fundação receba cerca da metade disso, já que os depósitos mensais estão na ordem de R$ 15 milhões.
“Mesmo se estivéssemos recebendo o valor previsto pela legislação, não seríamos capazes de sustentar o estado de forma satisfatória. A ciência vem sofrendo sucessivos cortes no país, nas universidades e nos orçamentos federais. Este reajuste é uma demanda nossa. E é um alívio que o governo tenha se comprometido a cumprir”, disse Beirão.
A fundação reativou as bolsas de iniciação científica em maio deste ano. Em 2020, nenhuma havia sido concedida. No ano anterior, o governo do estado havia suspendido as bolsas de pesquisa por falta de recurso.
“Agora a gente pretende tornar essas bolsas mais atraentes. Antes do reajuste, uma bolsa de mestrado era de R$1,5 mil, pouco mais que um salário mínimo (R$ 1,1 mil)”, contou o presidente da Fapemig.
A bolsa de iniciação científica vai passar de R$400 para R$500, a de mestrado vai de R$1,5 mil para R$1.875, a de doutorado vai de R$2,2 mil para R$2.750 e a de pós-doutorado vai de R$4,1 mil para R$5.125.
O número de bolsas de iniciação científica saltou de zero para 2.839. As de mestrados foram de 872 para 903 e as de doutorado foram de 603 para 626.
“Nós temos que tentar manter estes talentos aqui. Com poucos recursos a gente ainda consegue realizar muita coisa. Imagina se a gente tivesse mais investimentos e recursos regulares?”, disse Beirão.
O g1 procurou o governo de Minas Gerais sobre o cumprimento do repasse de 1% do orçamento, mas, até a conclusão desta reportagem, não teve resposta.