Bebida sendo colocada no equipamento — Foto: Saulo Vidal / Arquivo Pessoal
Um grupo de servidores e alunos do Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), em Montes Claros (MG), está produzindo álcool líquido 70% com bebidas apreendidas e doadas pela Receita Federal. A intenção seria ter como produto final o álcool em gel, indicado para higienização das mãos diante da pandemia da Covid-19, mas o reagente que dá essa textura ao produto está em falta no mercado.
O trabalho da equipe, formada por professores, alunos e um técnico, permite a produção de sete litros de álcool 70% por dia. Eles se revezam em dois turnos. O processo está sendo feito dentro de um laboratório e com a utilização de um equipamento chamado Coluna de Destilação
“O álcool [que está presente na bebida] é aquecido e vaporizado no balão, é resfriado ao longo da coluna e recolhido na fase líquida novamente", descreve Saulo Fernando dos Santos Vidal, que é professor e mestre em engenharia química.
Os 140 litros de bebidas doadas devem render 80 litros de álcool 70%, há uma perda durante o processo. As bebidas são importadas e foram apreendidas com base no crime de descaminho, quando não há o pagamento de impostos.
"Além da Receita Federal não ter o custo de destruição dessas bebidas, ainda estará ajudando a transformá-las em algo que será utilizado em prol da sociedade”, fala o auditor fiscal da Receita Federal, Filipe Florêncio.
O álcool produzido será doado para a sociedade, os participantes do projeto e a direção do IFNMG estão avaliando como a doação será feita.
“Essa é uma época de reflexão. Penso que podemos e devemos fazer mais independentemente da pandemia. Estamos vendo como podemos continuar com o projeto, esse é também o nosso papel, fazer com que nosso conhecimento e pesquisas impactem positivamente na sociedade”, finaliza o professor Saulo.
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