Pais de alunos que estudam no Instituto Federal de Mato Grosso, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, se reuniram nesta quarta-feira (9) com a direção da unidade escolar na sede do Ministério Público Federal (MPF), no município, para discutir o impacto que a ocupação promovida por estudantes no instituto pode causar no rendimento escolar. O G1 tentou, mas não conseguiu contato com a direção do IFMT.
Os estudantes, que protestam contra a PEC 55, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, e a reforma do ensino médio, ocuparam o prédio pela primeira vez no dia 20 de outubro. Eles deixaram o instituto no dia 3 de novembro, para que fossem realizadas as provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) no prédio, mas retornaram na última segunda-feira (7). O Enem, naquela unidade, foi adiado pelo Ministério da Educação.
A reunião ocorreu de portas fechadas e foi mediada pelo procurador da República, Guilherme Gopfert. Um grupo de pais que não concordam com a ocupação do IFMT pedem para que o MPF intervenha no caso pois o ano letivo de seus filhos estaria sendo prejudicado. Isso porque, desde o dia 20 de outubro, não há aulas na unidade. Ao todo, 700 alunos se encontram matriculados no instituto.
Segundo os estudantes que participam do movimento, os estudantes estão se revezando para dormir no local e cuidam do espaço utilizado, limpando banheiros e salas de aulas durante a ocupação. No local, cerca de 10 estudantes dormem e, durante o dia, a circulação é de cerca de 50 estudantes. Nesta quinta-feira (10), os participantes do movimento estudantil devem fazer uma assembleia para decidir os rumos do movimento e se irão continuar ocupando o prédio.
De acordo com o procurador da República, caso a votação dos alunos seja pela manutenção da ocupação, uma nova reunião entre pais, diretores e representantes dos estudantes será feita na sede do MPF.
“A gente busca evitar, de toda a forma, uma desocupação forçada, porque a gente tem acompanhado no país as sequelas que, muitas vezes, essas desocupações trazem para esses alunos que, na verdade, estão buscando manifestar uma liberdade de expressão e até um bem maior, que é uma posição a respeito de uma PEC”, disse.