24/03/2016 20h25 - Atualizado em 24/03/2016 20h25

Ibama multa madeireiros de terra indígena de MT em R$ 14,7 milhões

Operação Sangue Verde multou invasores da Terra Indígena Manoki.
Madeireiros exploraram ilegalmente mais de 5,5 mil hectares de terra.

Do G1 MT

Trator foi incendiado por fiscais do Ibama em área de desmatamento ilegal dentro de terra indígena (Foto: Ibama/Assessoria)Trator foi incendiado por fiscais do Ibama em área de desmatamento ilegal dentro de terra indígena na região oeste de Mato Grosso (Foto: Ibama-MT/Ascom)

Madeireiros que invadiram a Terra Indígena Manoki, situada no oeste de Mato Grosso, foram multados em mais de R$ 14,7 milhões ao longo desta semana, durante a operação Sangue Verde, por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). De acordo com o órgão, os invasores exploraram ilegalmente 5.535 hectares de terras, as quais foram embargadas.

brasnorte, mt

Além das multas, foram apreendidos equipamentos utilizados pelos madeireiros (dois tratores e três motosserras) e 290 metros cúbicos de madeira extraída ilegalmente (segundo o Ibama, o volume preenche a carga de quatro caminhões bitrem).

Durante a ação dos fiscais, um homem chegou a ser preso por porte ilegal de arma de fogo, a qual também foi apreendida.

Iniciada esta semana, a operação Sangue Verde conta com apoio de agentes da Força Nacional de Segurança e tem como principais alvos de fiscalização quatro fazendas localizadas no entorno da Terra Indígena Manoki, na região de Brasnorte (município a 580 km de Cuiabá).

Além de aplicar multas, fiscais também apreenderam madeira extraída ilegalmente e equipamentos. (Foto: Ibama-MT/Ascom)Além de aplicar multas, fiscais também apreenderam madeira extraída ilegalmente e equipamentos. (Foto: Ibama-MT/Ascom)

Nessas fazendas, foram identificados casos não só de desmatamento ilegal, mas de descumprimento de embargos anteriores e exploração seletiva de madeira. O valor exato da multa aplicada aos fazendeiros por exploração ilegal dentro dos limites da terra indígena é de R$ 14.741.968,00.

Durante a ação, um trator chegou a ser incendiado pelos fiscais do Ibama porque se encontrava dentro de uma área de desmatamento ilegal sem identificação e sem condições de ser removido. O procedimento de destruição do equipamento visa evitar a reincidência de delitos na área.

Iniciada esta semana, a operação Sangue Verde tem como principais alvos de fiscalização quatro fazendas no entorno da Terra Indígena Manoki (Foto: Ibama-MT/Ascom)Iniciada esta semana, a operação Sangue Verde tem como principais alvos de fiscalização quatro fazendas no entorno da Terra Indígena Manoki (Foto: Ibama-MT/Ascom)

Apesar da divulgação deste balanço parcial, a operação Sangue Verde ainda deve ter continuidade. O Ibama orientou potenciais compradores de áreas da região a consultar órgãos como a Secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) para verificar com precisão os limites da terra indígena Manoki, a fim de se evitar o cometimento de novos delitos.

A Terra Indígena Manoki abrange mais de 206 mil hectares a oeste do Rio do Sangue e vizinha a outa terra indígena, a Irantxe (Foto: Ibama-MT/Ascom)A Terra Indígena Manoki abrange mais de 206 mil hectares a oeste do Rio do Sangue e vizinha a outa terra indígena, a Irantxe (Foto: Ibama-MT/Ascom)

A terra indígena Manoki abrange mais de 206 mil hectares a oeste do Rio do Sangue e vizinha a outa terra indígena, a Irantxe. Os povos que ocupam ambas as terras pertencem ao mesmo tronco linguístico (Irantxe). De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), cerca de 250 pessoas habitam a terra indígena Manoki.