Madeireiros que invadiram a Terra Indígena Manoki, situada no oeste de Mato Grosso, foram multados em mais de R$ 14,7 milhões ao longo desta semana, durante a operação Sangue Verde, por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). De acordo com o órgão, os invasores exploraram ilegalmente 5.535 hectares de terras, as quais foram embargadas.
Além das multas, foram apreendidos equipamentos utilizados pelos madeireiros (dois tratores e três motosserras) e 290 metros cúbicos de madeira extraída ilegalmente (segundo o Ibama, o volume preenche a carga de quatro caminhões bitrem).
Durante a ação dos fiscais, um homem chegou a ser preso por porte ilegal de arma de fogo, a qual também foi apreendida.
Iniciada esta semana, a operação Sangue Verde conta com apoio de agentes da Força Nacional de Segurança e tem como principais alvos de fiscalização quatro fazendas localizadas no entorno da Terra Indígena Manoki, na região de Brasnorte (município a 580 km de Cuiabá).
Nessas fazendas, foram identificados casos não só de desmatamento ilegal, mas de descumprimento de embargos anteriores e exploração seletiva de madeira. O valor exato da multa aplicada aos fazendeiros por exploração ilegal dentro dos limites da terra indígena é de R$ 14.741.968,00.
Durante a ação, um trator chegou a ser incendiado pelos fiscais do Ibama porque se encontrava dentro de uma área de desmatamento ilegal sem identificação e sem condições de ser removido. O procedimento de destruição do equipamento visa evitar a reincidência de delitos na área.
Apesar da divulgação deste balanço parcial, a operação Sangue Verde ainda deve ter continuidade. O Ibama orientou potenciais compradores de áreas da região a consultar órgãos como a Secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) para verificar com precisão os limites da terra indígena Manoki, a fim de se evitar o cometimento de novos delitos.
A terra indígena Manoki abrange mais de 206 mil hectares a oeste do Rio do Sangue e vizinha a outa terra indígena, a Irantxe. Os povos que ocupam ambas as terras pertencem ao mesmo tronco linguístico (Irantxe). De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), cerca de 250 pessoas habitam a terra indígena Manoki.