03/11/2015 15h57 - Atualizado em 03/11/2015 15h59

Série mostra rios que banham as três cidades mais populosas de MT

Rios Cuiabá, Coxipó e Vermelho abastecem Cuiabá, VG e Rondonópolis.
Em Rondonópolis, o Rio Vermelho tem essa cor por causa do ferro no solo.

Do G1 MT

Os rios Cuiabá, Coxipó e Vermelho banham cidades populosas de Mato Grosso. Eles fazem parte das duas maiores bacias hidrográficas do Brasil: a Amazônica e a Platina. Uma reportagem sobre os rios foi exibida pela TV Centro América nesta terça-feira (3) no Bom Dia MT. Essa é primeira de uma série especial sobre rios de Mato Grosso, dentro do projeto “Ecorede”, que trata da sustentabilidade no estado.

Mato Grosso tem 131 rios reconhecidos pela Agência Nacional de Águas reconhecidos por abastecer a população. "O estado tem hoje o privilégio de ser um grande Estado produtor de água dentro da Amazônia Legal, nós temos as maiores nascentes de rios que fluem para a Amazônia está localizado no Estado de Mato Grosso", informa o superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente, Nédio Pereira.

Rio Cuiabá abastece seis das onze cidades por onde passa. (Foto: Reprodução/TVCA)Rio Cuiabá abastece seis das onze cidades por onde passa. (Foto: Reprodução/TVCA)

O Rio Cuiabá passa por 11 cidades de Mato Grosso abastecendo as torneiras de 258 mil casas em seis desses municípios. É o principal rio que abastece a capital e contribui para a Bacia do Alto Paraguai, formadora do Pantanal. Suas nascentes estão em Rosário Oeste, a 133 km de Cuiabá, que se juntam e formam os córregos Cuiabá do Bonito e Cuiabá do Castanho, que ficam no meio das serras Azul e do Tombador.

Os dois córregos se juntam em um ponto chamado de Cuiabá da Larga e em seguida passa a ser Cuiabazinho. Mais para frente se junta com o Rio Manso em Nobres, a 151 km de Cuiabá, e então passa a ser Rio Cuiabá.

Na propriedade da família de Onofre Pedroso Abreu, em Rosário Oeste, estão 32 nascentes do Rio Cuiabá. (Foto: Reprodução/TVCA)Na fazenda da família de Onofre Pedroso Abreu, em
Rosário Oeste, estão 32 nascentes do Rio Cuiabá.
(Foto: Reprodução/TVCA)

A família de Onofre Pedroso Abreu tem uma fazenda ao pé da Serra do Tombador, onde ficam 32 nascentes que contribuem para a formação do rio. Eles cuidam do rio há quase 50 anos, desde que se mudaram para a propriedade em Rosário Oeste. “Sempre procuramos preservar as nascentes do Rio Cuiabá porque sabemos da importância dele para a população cuiabana e cidades que estão às margens do rio”, comenta Abreu.
 
Em outro ponto, no entanto, a proprietária de uma fazenda, Nadir Pedroso de Barros, de 90 anos, acredita que a preservação das nascentes, que são afloramento do lençol freático, está comprometida. “Foi mudando, a chuva foi diminuindo, o povo foi abrindo lavoura em volta e tudo isso diminui a água”, diz.

O engenheiro florestal Lucas Neris Araújo comenta que em alguns locais pode-se perceber a conversão da pecuária para lavoura, que se exige um manejo do solo muito maior. “É preciso ter maquinários, é preciso trabalhar o solo pra poder fazer o plantio. E isso exige que sejam aplicadas técnicas conservacionistas, que vão contribuir pra infiltração da água pro lençol freático, que vai refletir no afloramento das nascentes”, explica.

O Rio Coxipó nasce em Chapada dos Guimarães. (Foto: Reprodução/TVCA)O Rio Coxipó nasce em Chapada dos Guimarães. (Foto: Reprodução/TVCA)

Rio Coxipó
Já o Rio Coxipó nasce em Chapada dos Guimarães, na região da Serra de Atmã, e é responsável por 48% da água que chega até as casas dos moradores da capital. Passa pela Zona Oeste de Cuiabá, encontra com as avenidas das Torres e Fernando Corrêa e deságua no Rio Cuiabá.

Lixo atrapalha a captação de água do Rio Coxipó. (Foto: Reprodução/TVCA)Lixo atrapalha a captação de água do Rio Coxipó.
(Foto: Reprodução/TVCA)

Mas, segundo Eliana Rondon Lima, pesquisadora do Núcleo de Recursos Hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o rio atingiu o limite de abastecimento por causa da outorga para captação de água.

O coordenador de Produção de Água da CAB Cuiabá, Célio Mattos, comenta que no período chuvoso, a empresa tem dificuldades para captação de água na Estação de Tratamento do Tijucal, já que sofás, garrafas pet e lixo chegam ao local e obstruem os equipamentos. “Temos que usar muitos produtos químicos”, diz.

Rio Vermelho
Com uma população de aproximadamente 210 mil habitantes, por Rondonópolis passa o Rio Vermelho, que abastece quase metade das casas do município. Ele tem a coloração avermelhada por causa do tipo de solo, que é rico em ferro. Os primeiros moradores usaram o rio para chegar ali. 

A cor do Rio Vermelho se dá pela concentração de ferro na água. (Foto: Reprodução/TVCA)A cor do Rio Vermelho, que corta Rondonópolis, se dá pela concentração de ferro no solo. (Foto: Reprodução/TVCA)

O rio nasce do encontro de outros dois rios da região, o Paraíso e o Poxoréu, e deságua no Rio São Lourenço. Como o Rio Cuiabá, também faz parte da Bacia do Alto Paraguai, formadora do Pantanal. Cerca de 54% do abastecimento de água de Rondonópolis vem de poços artesianos, que captam a água do Aquífero Guarani. O restante vem do Rio Vermelho. Na estação onde é feito o tratamento da água, são tratados até 400 litros de água por segundo.

No município, 80% do esgoto é tratado, segundo o Instituto Trata Brasil, enquanto que em Cuiabá, apenas 28% do esgoto é tratado.

Na reportagem que será exibida no segundo episódio da série, na quarta-feira (4), o assunto será a importância dos rios de Mato Grosso para a economia regional, seja para a pesca, para o transporte pelas hidrovias e para a produção de energia nas hidrelétricas.

 

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