28/05/2015 08h54 - Atualizado em 28/05/2015 15h48

Professores da UFMT paralisam atividades por reajuste salarial de 27%

Cerca de 20 mil alunos devem ficar sem aula por tempo indeterminado.
Os técnicos que atuam na instituição também entraram em greve nesta 5ª.

Do G1 MT

Campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá. (Foto: Reprodução/TVCA)Campus da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT) em Cuiabá. (Foto: Reprodução/TVCA)

Professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) entraram em greve, por tempo indeterminado, a partir desta quinta-feira (28). A decisão foi tomada em assembleia realizada na última segunda-feira (25) pela Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), que representa Cuiabá, Barra do Garças e Sinop, e pela Seção Sindical dos Docentes da UFMT do campus de Rondonópolis.

Na ocasião, 80 professores votaram a favor da paralisação nesta quinta e 56 votaram um indicativo de greve sem data definida. A UFMT tem cerca de 20 mil alunos e 1.800 professores, sendo que 1.700 concursados e 100, substitutos.

A reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, afirmou que foi notificada da greve, mas que não teve conhecimento da pauta de reivindicação da categoria. Ainda de acordo com a reitora, a universidade respeita os direitos dos trabalhadores e está aberta ao diálogo.

De acordo com a vice-presidente da Adufmat, Meire Rose dos Anjos Oliveira, entre as reivindicações do movimento estão o reajuste de 27% no salário dos professores, autonomia das decisões das universidades federais e a reestruturação da carreira. Além dessas pautas, o movimento representativo é contrário ao Projeto de Lei 4330/2004, que prevê a regulamentação dos profissionais terceirizados.

Segundo Meire Oliveira, as atividades dos campi da UFMT em Sinop, Barra do Garças, Cuiabá e Rondonópolis irão parar. A vice-presidente afirmou que todas as atividades acadêmicas, inclusive de ensino e pesquisa, devem paralisar.

A decisão da Adufmat seguiu uma deliberação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições  de Ensino Superior (Andes), que realizou uma assembleia, em Brasília, no último sábado (16). Ficou definida a deflagração de uma greve nacional nas instituições federais a partir desta quinta-feira. A última greve nacional dos docentes ocorreu em 2012 e durou quatro meses.

Em reunião realizada no dia 19 de maio, servidores do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos da UFMT (Sintuf-MT) decidiram entrar em greve também nesta quinta-feira. A paralisação dos técnicos também atingirá as universidades federais de todo o país e também deve ocorrer por tempo indeterminado.

Segundo Leia de Souza Oliveira, coordenadora geral do Sintuf, a greve não afetará os serviços essenciais da UFMT. De acordo com a coordenadora, 30% do efetivo das atividades essenciais, como o Hospital Veterinário, Biotério e segurança do campus estarão mobilizados.

Leia afirmou que os servidores cobram o aprimoramento da carreira dos servidores, a modernização dos cargos e um posicionamento do governo em relações ao aposentados. Ela pontuou ainda que os trabalhadores são contrários ao Projeto de Lei 4330 e as medidas provisórias 664 e 665, que criam novas regras para o acesso a benefícios previdenciários como o seguro desemprego, auxílio-doença e abono salarial.

Serviços como o Restaurante Universitário (RU) não devem parar, uma vez que a maior parte dos contratados é terceirizada.

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