(UFMT) em Cuiabá. (Foto: Reprodução/TVCA)
Professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) entraram em greve, por tempo indeterminado, a partir desta quinta-feira (28). A decisão foi tomada em assembleia realizada na última segunda-feira (25) pela Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), que representa Cuiabá, Barra do Garças e Sinop, e pela Seção Sindical dos Docentes da UFMT do campus de Rondonópolis.
Na ocasião, 80 professores votaram a favor da paralisação nesta quinta e 56 votaram um indicativo de greve sem data definida. A UFMT tem cerca de 20 mil alunos e 1.800 professores, sendo que 1.700 concursados e 100, substitutos.
A reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, afirmou que foi notificada da greve, mas que não teve conhecimento da pauta de reivindicação da categoria. Ainda de acordo com a reitora, a universidade respeita os direitos dos trabalhadores e está aberta ao diálogo.
De acordo com a vice-presidente da Adufmat, Meire Rose dos Anjos Oliveira, entre as reivindicações do movimento estão o reajuste de 27% no salário dos professores, autonomia das decisões das universidades federais e a reestruturação da carreira. Além dessas pautas, o movimento representativo é contrário ao Projeto de Lei 4330/2004, que prevê a regulamentação dos profissionais terceirizados.
Segundo Meire Oliveira, as atividades dos campi da UFMT em Sinop, Barra do Garças, Cuiabá e Rondonópolis irão parar. A vice-presidente afirmou que todas as atividades acadêmicas, inclusive de ensino e pesquisa, devem paralisar.
A decisão da Adufmat seguiu uma deliberação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que realizou uma assembleia, em Brasília, no último sábado (16). Ficou definida a deflagração de uma greve nacional nas instituições federais a partir desta quinta-feira. A última greve nacional dos docentes ocorreu em 2012 e durou quatro meses.
Em reunião realizada no dia 19 de maio, servidores do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos da UFMT (Sintuf-MT) decidiram entrar em greve também nesta quinta-feira. A paralisação dos técnicos também atingirá as universidades federais de todo o país e também deve ocorrer por tempo indeterminado.
Segundo Leia de Souza Oliveira, coordenadora geral do Sintuf, a greve não afetará os serviços essenciais da UFMT. De acordo com a coordenadora, 30% do efetivo das atividades essenciais, como o Hospital Veterinário, Biotério e segurança do campus estarão mobilizados.
Leia afirmou que os servidores cobram o aprimoramento da carreira dos servidores, a modernização dos cargos e um posicionamento do governo em relações ao aposentados. Ela pontuou ainda que os trabalhadores são contrários ao Projeto de Lei 4330 e as medidas provisórias 664 e 665, que criam novas regras para o acesso a benefícios previdenciários como o seguro desemprego, auxílio-doença e abono salarial.
Serviços como o Restaurante Universitário (RU) não devem parar, uma vez que a maior parte dos contratados é terceirizada.