13/01/2016 11h36 - Atualizado em 13/01/2016 13h00

Famílias ilhadas perdem 10.000 litros de leite por conta da chuva em MS

Cerca de mil pessoas estão isoladas em assentamento de Taquarussu.
Moradores vão receber kits com alimento, água e produto de limpeza.

Do G1 MS com informações da TV Morena

Região alagada em Taquarussu, MS (Foto: Divulgação/ Secretaria de Meio Ambiente de Taquarussu)Região alagada em Taquarussu, MS (Foto: Divulgação/ Secretaria de Meio Ambiente de Taquarussu)

Isolados no assentamento Bela Manhã em Taquarussu, cidade a 318 km de Campo Grande, por conta das chuvas cerca de mil pessoas, de 200 famílias, contabilizam prejuízos provocados. Segundo o prefeito do município, Roberto Tavares, cerca de 10 mil litros de leite foram perdidos pelos produtores do assentamento porque caminhões não conseguem chegar ao local.

"A população do assentamento já teve perda em torno de mais de 10 mil litros de leite, tendo que jogar fora pelo motivo do caminhão não conseguir transportar esse leite para o resfriador por não conseguir chegar até lá. É preocupante porque a maior parte da população tem o recurso na questão do leite e não está tendo condições de entregar para o laticínio esse leite, que é seu sustento do mês a mês", explicou.

Segundo Tavares, as famílias do assentamento e de algumas fazendas da região estão com escassez de alimentos e devem receber ainda hoje comida e mantimentos enviados pela Defesa Civil. Serão 100 cestas básicas, 100 kits de higiene, 100 kits de limpeza e 100 caixas de água potável. A expectativa é que os kits cheguem no fim da tarde.

O acesso à região por estradas está impedido porque a chuva provocou alagamentos e invadiu as vias. O local tem várias lagoas e regiões de várzea. A área onde as famílias estão isoladas não tem pista de pouso para avião, por isso, os alimentos devem ser levados por helicóptero caso a água acumulada não seque.

Cheia de lagoa e rios invadiu estradas vicinais (Foto: Divulgação/ Secretaria de Meio Ambiente de Taquarussu)Cheia de lagoa e rios invadiu estradas vicinais
(Foto: Divulgação/ Prefeitura de Taquarussu)

"O nosso relevo contribui para isso, nossa região é plano, e a nossa áea é 100% de preservação ambiental, cerca de 1.047 kms², então nossa preocupação é grande", explicou a secretária de meio ambiente do município, Ludmila Soares.

Os moradores estão ilhados na região conhecida como APA  Federal (Área de Proteção Ambiental). A unidade  de  conservação  de  uso sustentável e maior do bioma Mata Atlântica (1.005.180,71 hectares), foi criada em 1997 para proteger o Rio Paraná e seus ecossistemas associados, segundo a prefeitura do município.

O escoamento da safra também pode ser prejudicado pela falta de acesso, segundo o prefeito. "Situação bem crítica. Nossa preocupação ainda é também com o período de safra, de soja, esconamento, e se continuar da maneira que está, muito dificilmente os agricultores conseguirao tirar a safra do nosso município", reforçou.

67 mil desabrigados em 25 cidades
A chuva, que inicialmente trouxe prejuízos ao sul do Estado em dezembro, hoje já atinge todas as regiões de Mato Grosso do Sul e começa a causar enchentes em algumas cidades do oeste, onde as cabeceiras dos rios Aquidauana e Miranda transbordaram afetando famílias ribeirinhas.

Só no município de Bela Vista, mais de 70 famílias ficaram desabrigadas depois que o nível do rio Apa subir e provocar enchentes em três bairros da cidade. Além do município, existem desabrigados e desalojados em Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Eldorado, Iquatemi, Itaquiraí, Japorã, Juti, Tacuru, Naviraí, Novo Horizonte do Sul, Paranhos, Sete Quedas, Bela Vista, Guia Lopes da Laguna e Taquarussú.

De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDC), a situação de emergência foi reconhecida em 18 cidades sul-mato-grossenses. Até o momento, 25 município decretaram.

A Defesa Civil informou que já são 24 pontes danificadas no estado. Em Tacurú , Naviraí, Coronel Sapucaia, Amambai, Sete Quedas, Paranhos, Juti, Novo Horizonte do Sul, Aral Moreira e Caarapó. Nesse último município, por exemplo, uma barragem de quase 20 metros de altura se rompeu no mês de dezembro. O balneário que tinha mais de 30 anos foi totalmente esvaziado.

Em relação às rodovias estaduais, quatro estão danificadas em Naviraí, três em Iguatemi, três em Aral Moreira e uma em Sete Quedas. Em Aral Moreira, 13 rodovias municipais foram estragadas. Já no município de Naviraí, quatro rodovias ficaram destruídas.

Entre os rios em estado de alerta por causa da cheia estão o rio Aquidauana, que falta 10 centímetros para entrar em emergência; o rio Pardo, que atingiu 604 cm de cheia e o rio Taquari, que preocupa a população ribeirinha de Coxim.

O último município a decretar emergência foi Batayporã, a 302 quilômetros de Campo Grande. Já em Ivinhema, somente no dia 6 de janeiro choveu metade do esperado para o mês inteiro.

Além de Batayporã, estão em emergência: Vicentina, Taquarussu, Tacuru, Naviraí, Itaquiraí, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Amambai, Iguatemi, Sete Quedas, Paranhos, Caarapó, Juti, Novo Horizonte do Sul, Japorã, Eldorado, Deodápolis, Mundo Novo, Bela Vista, Laguna Carapã, Fátima do Sul e Caracol. Jardim e Campo Grande também decretaram situação de emergência, mas não solicitaram ao governo do estado homologação estadual.

Região alagada em Taquarussu, MS (Foto: Divulgação/ Secretaria de Meio Ambiente de Taquarussu)Região alagada em Taquarussu, MS (Foto: Divulgação/ Secretaria de Meio Ambiente de Taquarussu)
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