02/10/2015 10h39 - Atualizado em 02/10/2015 11h07

Prefeito afastado fica em cela especial de delegacia de Campo Grande

Olarte se apresentou por volta das 5h30 e já foi levado para corpo de delito.
Ele é suspeito de compra de votos para cassação de atual

Do G1 MS, com informações da TV Morena

Gilmar Olarte se apresenta à polícia e fica preso (Foto: Reprodução/ TV Morena)Gilmar Olarte no Insituto Médico e Odontológico Legal  (Foto: Reprodução/ TV Morena)

Preso suspeito de esquema de compra de votos, o prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), está em cela especial, na 3ª Delegacia de Polícia Civil. De acordo com o advogado dele, Jail Azambuja, ele tem direito a ficar separado dos demais detentos porque ainda é prefeito, apesar de estar afastado.

Jail Azambuja explicou que  não há regalias na cela de Olarte. A denominação especial é porque ele fica sozinho, separado dos demais presos.

A TV Morena apurou que a cela tem 4 X 6,20 metros e três beliches, sem televisão.

O prefeito afastato se apresentou à unidade policial por volta das 5h30 (de MS) e por volta das 8h30 fez exame de corpo de delito, no Instituto Médico e Odontológico Legal (Imol), procedimento comum a todos que são presos.

Conforme Jail Azambuja, é aguardada decisão de habeas corpus. O pedido foi feito ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), que remeteu a solicitação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda sem posicionamento.

Mandado de prisão
Olarte teve a prisão temporária (de cinco dias) decretada na noite de quarta-feira (30) pelo TJ-MS e estava foragido. O Poder Judiciário Estadual decretou também a prisão do empreiteiro João Amorim, que se apresentou à polícia nessa quinta-feira (1º).

Prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP) (Foto: Gerson Walber/Prefeitura de Campo Grande)Prefeito afastado de Campo Grande
(Foto: Gerson Walber/Prefeitura de Campo Grande)

O decreto de prisão dos dois foi a pedido do Grupo po de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). De acordo com o Grupo, eles são suspeitos de envolvimento em compra de votos para a cassação de Alcides Bernal (PP), em março de 2014. Na época, ele deixou a prefeitura e quem assumiu foi Olarte.

O Gaeco também havia pedido o afastamento de 17 vereadores da capital sul-mato-grossense, no entanto, este foi indeferido pelo judiciário estadual.
Bernal reassumiu o cargo de chefe do Executivo em agosto de 2015, por determinação judicial.

A decisão do TJ-MS que reconduziu Bernal ao cargo de prefeito saiu no mesmo dia, 25 de agosto, em que a Justiça também afastou Gilmar Olarte da prefeitura.

Suspeita
Os promotores do Gaeco dizem acreditar que Olarte e João Amorim encabeçaram a organização para cassar Bernal. Os investigadores concluíram que para garantir a cassação, o empresário comprou votos dos vereadores.

O empresário tinha interesse em cassar Bernal para que Olarte assumisse a prefeitura. Amorim também é investigado pela Polícia Federal por supostas fraudes em licitações e desvio de recursos públicos.

João Amorim ao sair da Polícia Federal  (Foto: Maria Caroline Palieraqui/G1 MS)João Amorim ao sair da Polícia Federal, em agosto
(Foto: Maria Caroline Palieraqui/G1 MS)

Peritos do instituto de criminalística analisaram o conteúdo de 17 aparelhos celulares apreendidos pela operação Coffee Break. Em menos de um mês de trabalho foram recuperadas mais de cinco mil páginas de mensagens de textos trocadas pelos suspeitos.

Coffee Break
A operação Coffee Break foi deflagrada em 25 de agosto, e cumpriu 13 conduções coercitivas, quando a pessoa é levada obrigatoriamente a prestar depoimento.

O nome desta ação, inclusive, conforme o coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça, Marcos Alex Vera de Oliveira, é uma referência ao “cafezinho”, que seria como os suspeitos da outra operação se referiam ao pagamento de propinas.

Além de Orlarte, também foi afastado do cargo de presidente da Câmara Municipal, Mário César Fonseca (PMDB).

O Gaeco recolheu 17 celulares para perícias em mensagens. O laudo de apenas um deles já tem 50 mil laudas.

 

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