02/10/2015 12h16 - Atualizado em 02/10/2015 13h56

Gilmar Olarte recebe na cadeia roupa de cama, toalha e produtos de higiene

Advogado do prefeito afastado também entregou colchão.
Olarte se apresentou em delegacia de Campo Grande na madrugada.

Gabriela PavãoDo G1 MS

Itens foram entregues por advogado na manhã desta sexta-feira (2) (Foto: Gabriela Pavão/G1 MS)Itens foram entregues por advogado na manhã desta sexta-feira (2) (Foto: Gabriela Pavão/G1 MS)

Preso desde às 5h30 (de MS) desta sexta-feira (2), o prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), recebeu dos advogados roupa de cama, toallha e produtos de higiene pessoal. Conforme o advogado Jail Azambuja, está marcado para esta sexta-feira o casamento civil do filho de Gilmar Olarte.

A cerimônia religiosa está prevista para a póxima semana e deve ser celebrada pelo prefeito afastado, que também é pastor. A defesa dele acredita que até lá ele já esteja em liberdade.

Cadeia
Ele está preso numa cela especial da 3ª Delegacia de Polícia Civil, onde também deve dormir em um colchão entregue pelo advogado. Segundo Jail Azambuja a cela tem a denominação especial porque Olarte fica sozinho no espaço de 4 X,6,20 metros, no entanto, não há regalias.

Cerca de três horas após ter se entregado, Olarte foi encaminhado ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) da capital sul-mato-grossense. Ao retornar para a delegacia ele se defendeu: “Estou tranquilo. Me apresentei voluntariamente e vou provar minha inocência”.

Prisão
Olarte teve a prisão temporária (de cinco dias) decretada na noite de quarta-feira (30) pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), junto com o empreiteiro João Amorim. Este último se apresentou à polícia nessa quinta-feira.

Gilmar Olarte se apresenta à polícia e fica preso (Foto: Reprodução/ TV Morena)Gilmar Olarte fez exames no Imol, em Campo
Grande (Foto: Reprodução/ TV Morena)

O Gaeco aponta que eles são suspeitos de envolvimento em compra de votos para a cassação de Alcides Bernal (PP), em março de 2014. Na época, ele deixou a prefeitura e quem assumiu foi Olarte.

Conforme Jail Azambuja, é aguardada decisão de habeas corpus. O pedido foi feito ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), que remeteu a solicitação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda sem posicionamento.

Suspeita
Os promotores do Gaeco dizem acreditar que Olarte e João Amorim encabeçaram a organização para cassar Bernal. Os investigadores concluíram que para garantir a cassação, o empresário comprou votos dos vereadores.

O empresário tinha interesse em cassar Bernal para que Olarte assumisse a prefeitura. Amorim também é investigado pela Polícia Federal por supostas fraudes em licitações e desvio de recursos públicos.

João Amorim ao sair da Polícia Federal  (Foto: Maria Caroline Palieraqui/G1 MS)João Amorim ao sair da Polícia Federal, em agosto
(Foto: Maria Caroline Palieraqui/G1 MS)

Peritos do instituto de criminalística analisaram o conteúdo de 17 aparelhos celulares apreendidos pela operação Coffee Break. Em menos de um mês de trabalho foram recuperadas mais de cinco mil páginas de mensagens de textos trocadas pelos suspeitos.

Coffee Break
A operação Coffee Break foi deflagrada em 25 de agosto, e cumpriu 13 conduções coercitivas, quando a pessoa é levada obrigatoriamente a prestar depoimento.

O nome desta ação, inclusive, conforme o coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça, Marcos Alex Vera de Oliveira, é uma referência ao “cafezinho”, que seria como os suspeitos da outra operação se referiam ao pagamento de propinas.

Além de Orlarte, também foi afastado do cargo de presidente da Câmara Municipal, Mário César Fonseca (PMDB).

O Gaeco recolheu 17 celulares para perícias em mensagens. O laudo de apenas um deles já tem 50 mil laudas.

 

 

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