16/05/2014 17h40 - Atualizado em 16/05/2014 21h04

Desembargador mantém Olarte como prefeito de Campo Grande

Relator de agravo de instrumento acatou decisão da madrugada na íntegra.
Pedido de suspensão de liminar de Bernal será analisado no fim de semana.

Do G1 MS

O desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) Divoncir Schreiner Maran manteve, na tarde desta sexta-feira (16), Gilmar Olarte (PP) no cargo de prefeito de Campo Grande. Em nota, o órgão informou que Maran, que é relator do agravo de instrumento da Câmara Municipal, manteve, na íntegra, a decisão do desembargador Vladimir Abreu da Silva.

Segundo o relator, "o provimento de urgência pautou-se, com toda pertinência, na segurança jurídica e na relevância política da discussão, que indiretamente afeta toda a população da Capital [de Mato Grosso do Sul], bem assim nos possíveis e certos transtornos que a alternância de poder poderá causar aos serviços públicos essenciais e ao exercício das atividades pelos administradores, os quais já foram sentidos ontem."

Gilmar Olarte - prefeito de Campo Grande MS (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)Gilmar Olarte, prefeito de Campo Grande
(Foto: Fernando da Mata/G1 MS)

A assessoria do TJ-MS informou ao G1 que o pedido de suspensão de liminar feito pelo prefeito cassado Alcides Bernal (PP) será analisado pelo presidente do órgão, Joenildo de Sousa Chaves, no fim de semana.

Na quinta-feira (15), o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos Coletivos e Individuais Homogêneos, acatou pedido feito em ação popular por cinco vereadores e determinou que Bernal assumisse novamente a chefia do Executivo campo-grandense.

Crise política
O mandato de Alcides Bernal foi cassado pela Câmara Municipal em sessão realizada no dia 12 de março. Dos 29 vereadores, 23 votaram a favor da cassação por supostas irregularidades em contratos emergenciais.

A cassação é resultado de um processo que teve início em 30 de setembro de 2013, quando dois empresários de Campo Grande fizeram denúncias sobre contratos firmados por Bernal.

Por conta disso, a Câmara se reuniu e decidiu investigar a situação. No dia 15 de outubro, três vereadores foram designados para fazer a apuração, no caso, Edil Albuquerque (PMDB), Flávio César (PTdoB) e Alceu Bueno (PSL). A esse grupo é dado o nome de Comissão Processante.

Esses parlamentares tinham três meses para ouvir testemunhas e o prefeito para chegar a uma conclusão. No entanto, houve interrupções porque Bernal acionou a Justiça para impedir o andamento do procedimento. Ele conseguiu várias decisões favoráveis, enquanto a Câmara garantia, por meio de recursos, a continuidade dos trabalhos.

O prefeito foi convocado para depor, mas após faltas, acabou encaminhando defesa por escrito. No dia 24 de dezembro, véspera de Natal, a comissão apresentou o relatório final recomendando aos demais vereadores que o prefeito fosse cassado.

A audiência foi marcada para depois do feriado, no dia 26 de dezembro. Nesse dia, o plenário ficou lotado de pessoas à favor e contra o prefeito. Pouco depois do início, a sessão teve que ser suspensa por decisão da Justiça a favor de Bernal.

Os vereadores entraram com recurso e ficaram em uma sala dentro da Câmara esperando que o processo fosse analisado. No fim do dia, eles tiveram autorização para continuar.

A leitura do relatório mal havia começado quando o evento foi interrompido novamente, dessa vez, de forma definitiva. O político havia conseguido mais uma liminar impedindo que a votação fosse concluída.

Apesar disso, a Câmara apelou ao Superior Tribunal de Justiça para conseguir julgar o prefeito, tendo sido realizada a sessão no dia 12 de março. Cinco vereadores que votaram contra a cassação moveram ação popular e, na quinta-feira, conseguiram liminar que reconduz Bernal à chefia do Executivo municipal.

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