Um grupo de 23 pessoas que faria o vestibular para medicina da universidade Anhanguera-Uniderp, em Campo Grande, foi detido sob suspeita de tentar fraudar a prova, na manhã deste domingo (10). Segundo a Polícia Militar (PM), os candidatos estavam com pontos eletrônicos colocados no ouvido e receptores escondidos sob as roupas. Ao todo, um adolescente de 17 anos foi apreendido e 22 jovens, de 18 a 27 anos, foram presos.
Os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro, onde permanecem detidos. Quatro deles, de acordo com a PM, tiveram que ser encaminhados para uma unidade de saúde para que os equipamentos fossem retirados e, posteriormente, voltaram para a delegacia.
O G1 tentou contato com alguns suspeitos e com o advogado de parte deles, mas eles não quiseram se manifestar.
Em nota enviada ao G1, a assessoria da Anhnaguera-Uniderp informou que os candidatos suspeitos foram identificados durante a revista dos fiscais de prova e que a instituição prima "pela segurança e confiabilidade do processo seletivo", por isso utiliza vários procedimentos para coibir a prática de fraude, como "detectores de metais, exame de otoscopia (exame no canal auditivo externo e do tímpano, efetuado com ajuda de instrumentos)".
Segundo o cabo da PM Adão Elmo Damião da Silva, os candidatos informaram que pagaram pelos pontos eletrônicos valores entre R$ 1,8 mil e R$ 5 mil. Conforme Silva, alguns suspeitos chegaram a pagar antecipado o valor de R$ 300. O caso será registrado na Depac Centro.
Confira, na íntegra, a nota enviada pela Anhanguera-Uniderp:
A Universidade Anhanguera-Uniderp esclarece que durante o processo seletivo 2014/01, realizado na manhã deste domingo (10/11), foram identificados candidatos tentando fraudar a prova para o curso de Medicina. A Polícia Militar foi acionada e os suspeitos encaminhados para a delegacia.
Primando pela segurança e confiabilidade do processo seletivo, a Universidade utiliza vários procedimentos para evitar qualquer tipo de fraude, do início ao fim do vestibular. Entre os meios utilizados estão detectores de metais e registro fotográfico de cada candidato com o seu documento de identificação; fiscais treinados para monitoramento (incluindo médicos professores e acadêmicos do curso de Medicina), proibição de qualquer tipo de acessório durante toda a duração do vestibular, além da realização de exame de otoscopia (exame do canal auditivo externo e do tímpano efetuado com a ajuda de instrumentos específicos), com o intuito de identificar pontos eletrônicos.
A Universidade repudia qualquer ato criminoso e está à disposição das autoridades para contribuir com o processo de investigação.