Habilidade e talento com as mãos. O Repórter Mirante de sábado (21) mostra o trabalho de homens e mulheres na produção do artesanato maranhense, ofício que move a economia e cria emprego e renda, mas que só agora foi reconhecido como profissão.
As mãos revelam um dom que transforma, um talento que passa de geração em geração, se reinventa e surpreende com a singularidade de cada peça. O artesanato é muito mais antigo do que as carruagens, os reis e rainhas, mais antigo que o descobrimento do Brasil.
A arte surgiu no tempo dos homens da caverna, onde até a pedra ganhou outra função, a partir da criatividade da mente humana.
No Instituto de Desenvolvimento de Artesanato Maranhense, a repórter Ádria Rodrigues conheceu artistas que transformam talento em criatividade, como a artesã Lúcia Franco, que vive do atividade há 23 anos e aprendeu com os índios a produzir biojoias a partir de sementes, ou como Nilza Menezes de Sousa, que usa a palha do buriti para trançar peças delicadas.
No Centro Histórico de São Luís, uma prateleira de produções artesanais criatividade e inspiração que vem da própria cidade. Basta entrar em uma loja, para ver quanta coisa é produzida por mãos maranhenses.
Interior
No interior do Estado, os repórteres Acélio Trindade e Cândido Sousa foram a São João dos Pilões, um vilarejo próspero e tranquilo às margens da BR-222, na região do Baixo Parnaíba, a 18 km do centro do município de Brejo (MA). Por onde se olha, há barracas cheias do pilão, utensílio doméstico rural que dá nome ao vilarejo.
Tudo que fica exposto é produção local e sai de oficinas bem rústicas instaladas no fundo dos quintais, como a do artesão Antônio Teixeira Garreto. “Quem me ensinou foi meu pai. Cresci, via ele fazendo, aí comecei fazer também, meio para o fim eu que já era o mestre”, diz. Do mestre, ele também herdou a paixão pela profissão de artesão, daquelas que te fazem esquecer as horas de trabalho, daquelas que só proporcionam satisfação.
E enquanto os homens fazem o trabalho mais pesado, as mulheres cuidam daquele toque final, como explica dona Maria dos Milagres. “Porque a mulher é mais criativa, mais do que homem”, conta.
A continuidade da tradição merece mesmo toda atenção possível já que essa é a expressão artística viva de um povo, que deve continuar atravessando gerações.