O alto índice de casos de dengue em 2011 deixou o estado do Rio de Janeiro em alerta. No mês de janeiro, o número de registros da doença no estado dobrou em comparação ao mesmo período de 2010, segundo dados da Secretaria estadual de Saúde. No ano passado, foram notificados 1.447 casos, número que pulou para 3.069 casos neste ano.
O superintendente de vigilância ambiental e epidemiológica da Secretaria estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, explica que normalmente, no verão, as ações de combate à dengue aumentam. Na comparação entre janeiro de 2011 e o mesmo mês no ano anterior, foram 155 casos de dengue com complicação, 28 de dengue hemorrágica e existem ainda 6 mortes suspeitas sob investigação.
Menina morre de dengue hemorrágica
No último dia 8, ocorreu a primeira morte do ano provocada pela doença no Rio. A menina Laís Melo Miranda Soares morreu no dia em que completaria 10 anos. Ela foi vítima da dengue hemorrágica.
De acordo com relato de parentes, Laís foi internada no dia 26 de dezembro, num hospital particular em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Como ela adoeceu no fim do ano passado, a Secretaria estadual de Saúde decidiu incluir o caso nas estatísticas de 2010.
Focos do mosquito em condomínio
O pai da menina, Lucenir Miranda Soares, afirmou que no condomínio onde mora em São Gonçalo, também na Região Metropolitana, havia vários focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença.
Segundo a família, o pedido de vistoria da Vigilância Ambiental de São Gonçalo foi feito em novembro de 2010, mas a visita dos agentes só foi feita há 10 dias.
“Procurei o órgão para fazer a fiscalização e disseram que não tinham viatura. Nós aqui do bloco (do condomínio) nos oferecemos para trazer o pessoal, mas eles falaram que não podiam. Fui no dia 8 de novembro, mas eles vieram agora, 10 dias atrás”, contou o pai.
A Secretaria estadual de Saúde destaca que o órgão tem uma equipe que se desloca para localidades de maior risco ou onde há casos mais graves, para fazer uma avaliação e intensificar as ações de combate ao mosquito em complemento às ações desenvolvida pelos municípios.
Ações educativas
O superintendente Alexandre Chieppe explica que o fumacê é uma ação específica e especializada que tem de obedecer a critérios técnicos e não é a salvação para a dengue.
“O que salva o paciente de dengue é o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o combate ao foco do mosquito na sua residência”, destacou Chieppe, lembrando que existem 8 mil agentes de combate à dengue no estado, além de 3 mil bombeiros que visitam as residências justamente para promover ações educativas.
A Secretaria estadual de Saúde ensina algumas práticas para evitar a criação de focos do mosquito aedes aegypti. É indicado colocar areia no prato dos vasos de plantas, manter caixas d´água, cisternas e outros depósitos de água sempre bem fechados e com tampas adequadas. Pneus velhos devem ser furados e guardados com cobertura ou recolhidos pela limpeza pública. Garrafas pet e outros recipientes vazios também devem ser entregues à limpeza pública. Vasos e baldes vazios devem ser colocados de boca para baixo.