Festival Liberatum debate cultura negra em Salvador
Começou nesta sexta-feira (3), em Salvador, o festival internacional Liberatum. Pela primeira vez no Brasil, o evento destaca a importância da cultura negra no mundo.
Quem entrou na fila estava ansioso para discutir a valorização da cultura e da população negra com artistas nacionais e internacionais.
“Acho importante a gente ter referências de figuras pretas, para a gente poder enxergar o que a gente pode co-criar, o que podemos ser, a nossa potência”, diz a artista multimídia Roberta Silva.
Não por acaso, a primeira edição do festival no Brasil acontece no mês da consciência negra. É o que diz o criador do Liberatum, o indiano Pablo Ganguli, que fala português.
"Para celebrar essas grandes vozes pretas no Brasil e conectar eles com os agentes de mudança internacionais pretos", diz.
O Liberatum é uma organização cultural global criada há 23 anos para realizar esses encontros entre pessoas comuns e grandes nomes do cinema, da música e de outras artes, ídolos que são referências principalmente para o público jovem. O Liberatum quer ajudar a promover a transformação social e a liberdade de expressão.
Para esses jovens, a atriz americana Viola Davis, vencedora de um Oscar e de vários outros prêmios importantes, é um ícone. A palestra dela foi uma das mais concorridas. Viola falou sobre carreira, empoderamento, difusão da cultura negra pelo mundo e foi muito aplaudida.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, exaltou a importância desses diálogos para o fortalecimento do setor cultural.
“O diálogo é uma ferramenta fantástica para a gente consolidar uma cultura, uma política social”, diz a ministra.
As palestras continuam neste sábado (4) e o Liberatum termina no domingo (5). Mas o festival também busca uma conexão entre os convidados e a cidade. A atriz americana Angela Bassett, uma das estrelas do filme Pantera Negra, ficou muito à vontade ao lado de Taís Araújo, na sede do Ilê Aiyê, o bloco afro em atividade mais antigo da Bahia.
"Tem muita história, muita vitalidade, muito amor. Talvez eu tenha perdido algumas das palavras em português, mas a música é universal”, diz Angela Bassett.
“Acho que esse festival Liberatum, ele serve para isso, para a troca, para a gente aprender com elas e elas aprenderem com a gente”, conta Taís Araújo.
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