Exoesqueleto ajuda no tratamento de crianças com deficiência
O uso de uma tecnologia inovadora abriu novas possibilidades de recuperação para crianças com deficiência. O atendimento é feito pela rede pública de saúde em São Paulo.
"Meu nome é Rafael e hoje eu vou testar meio que um robô”, conta Rafael Kenji, de 8 anos.
O Rafael nasceu prematuro e com uma paralisia cerebral, que afeta os membros inferiores.
"Tenho que subir com bastante cuidado porque tem possibilidade de eu cair”, diz Rafael.
Ele já fez muita fisioterapia na Rede de Reabilitação Lucy Montoro, em São Paulo. Agora, vai avançar mais no tratamento com a ajuda do exoesqueleto, o tal "robô". As fisioterapeutas colocam o exoesqueleto no Rafael. O aparelho responde aos comandos que são dados por meio de um tablet. É como vestir um traje cheio de super poderes. É a primeira vez que o Rafael vê o mundo da altura dele.
Exoesqueleto: uso de tecnologia inovadora abre possibilidades de recuperação para crianças com deficiência — Foto: Reprodução/TV Globo
"Está esticando mais a minha perninha e quando eu acordar, do nada, eu vou crescer desse tamanho aqui”, diz Rafael.
"É um treino. E aí o mais importante é ele conseguir transferir tudo que o robô ensina para o dia a dia dele, para a vida dele. E é por isso que é importante não só o robô, mas fazer a fisioterapia convencional também. Aí a gente consegue fazer com que o paciente tenha uma marcha bem melhor”, afirma a fisioterapeuta Daniela Utiyama.
Por enquanto, o equipamento importado da Coreia do Sul está na fase de pesquisa. Os especialistas estudam a melhor maneira de usar o exoesqueleto de acordo com a condição clínica dos pequenos pacientes, que são pioneiros nessa jornada.
"Quando o robô levantou pela primeira vez eu senti assim um frio na barriga”, conta Rafael Kenji.
Exoesqueleto: uso de tecnologia inovadora abre possibilidades de recuperação para crianças com deficiência — Foto: Reprodução/TV Globo
O exoesqueleto infantil chegou no comecinho de outubro de 2024 e, por enquanto, é o único no Brasil. Essa tecnologia já está aprovada e é usada na reabilitação de adultos na instituição. Ou seja: os médicos sabem que funciona. Agora, com as crianças, as possibilidades se expandem.
"O cérebro da criança está em plena neuroplasticidade, capacidade de aprender algo novo. Então, a gente diz que, por exemplo, para as crianças com paralisia cerebral, que nunca andaram da maneira ideal, nós não vamos reabilitar, que é ensinar a fazer de novo uma nova função, mas nós vamos habilitá-la, ensiná-la a fazer a marcha correta pela primeira vez. E aí o exoesqueleto nos vem para mostrar esse padrão”, explica Mariana Carvalho, diretora clínica da Rede Lucy Montoro.
A Rebeca Machado, de 7 anos, já caminhou várias vezes com o robô e sabe dizer por que é diferente do andador:
"É que eu fico com o meu pé reto assim”.
Cada pequeno passo dado pelos filhos é gigante para os pais.
“Ela fala: ‘Mãe, não pensei que ia ficar em pé assim'.Incrível, é uma experiência surreal”, diz a pedagoga Deila Carla Costa do Amaral, mãe da Rebeca.
"Ele olha para a gente e fala: 'Olha pai, estou parando mais certo. Eu estou parando mais esticado'. A gente fica bem contente porque qualquer evolução para a gente já conta”, diz Marcos Ishioka, pai do Rafael.
Exoesqueleto: uso de tecnologia inovadora abre possibilidades de recuperação para crianças com deficiência — Foto: Reprodução/TV Globo
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