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Por Jornal Nacional


Rebeldes sírios apontam governo de transição

Rebeldes sírios apontam governo de transição

O grupo que assumiu o poder na capital da Síria começou a tomar as primeiras medidas para formar um novo governo.

Mohammed al-Bashir é o homem escolhido pelos rebeldes para chefiar o governo de transição. Ele deve permanecer no cargo como primeiro-ministro interino da Síria até março de 2025, enquanto o grupo discute um sistema constitucional.

Bashir é um nome de confiança do HTS, o Hayat Tahrir al-Sham - grupo armado que tomou o controle da capital Damasco. Ele já governou regiões no noroeste do território sírio, que estavam ocupadas por grupos de oposição à Bashar al-Assad. Os rebeldes prometeram responsabilizar as autoridades que, nos últimos anos, cometeram crimes de guerra.

Combatentes encontraram cerca de 40 corpos com sinais de tortura em uma prisão de Damasco e os levaram para um necrotério, onde dezenas de pessoas tentavam identificar parentes e amigos.

Israel tenta eliminar as possíveis ameaças que podem surgir no país vizinho. O governo israelense confirmou que bombardeou a Marinha síria na noite passada. O ministro da Defesa, Israel Katz, disse que os militares estão criando uma "zona de defesa" no sul do território sírio.

Com a mudança de governo na Síria, muitos países da Europa - como Reino Unido e Alemanha - se apressaram em suspender a análise de pedidos de refúgio. Seria uma forma de frear a entrada de mais imigrantes sírios. Mas o enviado especial da ONU, Geir Pedersen, pediu cautela. Disse que a situação na Síria ainda é fluida, o país tem pouca infraestrutura, e pediu que os países não acelerem o processo de repatriação.

Israel bombardeia alvos militares em território sírio — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Segundo a ONU, estes são países que mais receberam refugiados sírios durante o regime sangrento de Assad: Turquia, Líbano e Alemanha estão nas primeiras posições.

Milhares desses refugiados não querem esperar e já começaram o caminho de volta, depois que o presidente da Turquia liberou o fluxo por um dos portões de fronteira. Um homem colocou o que tinha nas malas para logo voltar. Ala Jabeer conta que ficou 13 anos longe do país e não foi nada fácil. Perdeu a esposa e três filhos em 2023 em um terremoto que atingiu a Turquia e, agora, ao lado da única filha ainda viva, ele chora com esperança de que haja algo melhor do outro lado da fronteira.

Refugiados sírios por país — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Do alto, três dias depois da queda de Bashar al-Assad, o que se vê parece um dia normal na capital Damasco. Rebeldes agora ocupam o palácio presidencial, e guardam os últimos vestígios do regime de Assad: quadros rasgados e uma tapeçaria com o rosto do ditador.

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