Museu centenário no interior de SP guarda relíquias da proclamação da República
As ruas do centro histórico e os mais de 200 casarões levam o turista a revisitar um momento marcante para o país.
Não é exagero dizer que Itu também é grande para a história do Brasil. Lá fica o museu mais antigo do país dedicado à República. Funciona há 101 anos no mesmo casarão onde foi feita a Convenção de Itu, em 1873. O que aconteceu lá foi tão importante que a história está registrada em todos os cômodos.
A primeira reunião oficial dos republicanos de São Paulo está retratada em quadro e reproduzida na sala do museu, que é mantido pela USP. As assinaturas dos 133 participantes da convenção estão na ata original, guardada e preservada pelos historiadores.
Itu abriga o museu republicano mais antigo do país — Foto: Reprodução/TV Globo
"O movimento republicano, o ponto de partida dele é o Manifesto Republicano, que foi feito no Rio de Janeiro, principalmente por jornalistas e políticos que estavam descontentes com os rumos do império. Essa convenção é o lançamento de uma plataforma política e de uma articulação política que vai além do manifesto. Ou seja, ela dá as bases para o que vai ser o movimento republicano nos 20 anos seguintes, que culmina com a proclamação da República em 1889,” explica Francisco Dias de Andrade, supervisor do Museu Republicano de Itu/USP.
Outros marcos históricos
A cidade tem outra ligação importante com a história do Brasil.
Lá nasceu o primeiro presidente civil eleito pelo voto direto no país: Prudente de Moraes. Hoje, 15 de novembro, faz 130 anos que ele assumiu a presidência da República.
O Museu Republicano guarda a maior parte do acervo de Prudente de Moraes, como o quadro com o brasão da República.
Lá, a aula sobre a Proclamação da República fica ainda mais interessante.
"É o momento da gente questionar o que é que eles estão vendo, e isso transforma enormemente, porque na sala de aula são os livros, as imagens; aqui, é o ambiente, é pisar nas mesmas tábuas, sentir a mesma sensação de uma casa alta, com essa decoração, é circular pelos espaços, pensar a dimensão deles também, e essa dimensão histórica e de memória, comenta Luís Roberto de Francisco, professor de história.
"Eu acho que a gente, morando em Itu, vendo as construções, vendo toda a cidade, consegue ter uma noção maior desse passado. A gente pode ver os objetos e ver as coisas e ter um horizonte mais ampliado", diz Verônica Dardelli, estudante.