Na ONU, Abbas acusa Israel de genocídio e pede fim de ataques
Um líder palestino discursou nesta quinta-feira (26) na Nações Unidas. Mahmoud Abbas comenda o território da Cisjordânia.
Mahmoud Abbas está à frente do comando da Autoridade Palestina há 20 anos. Nesta quinta-feira (26), ele pediu o fim da guerra em Gaza e condenou a ajuda de países a Israel. Ele disse:
“Parem com a matança de crianças e mulheres. Parem com este genocídio. Parem de enviar armas para Israel. Esta loucura não pode continuar. O mundo inteiro é responsável”.
O líder palestino não citou o ataque terrorista de 7 de outubro - quando integrantes do Hamas invadiram Israel, mataram 1,2 mil pessoas e sequestraram outras 250. Abbas condenou a resposta militar israelense.
“Israel reocupou a Faixa de Gaza e a destruiu quase por completo”, afirmou.
Primeiro-ministro da Autoridade Palestina pede fim da guerra em Gaza e condena ajuda a Israel — Foto: Reprodução/TV Globo
Abbas declarou que um Estado Palestino deveria controlar toda a Faixa de Gaza, incluindo as fronteiras e, especialmente, a passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito.
Israel e o Egito acusam o Hamas de usar centenas de túneis na região de Rafah, no sul de Gaza, para contrabandear armas. Até a guerra, o Hamas controlava toda a Faixa de Gaza. O Fatah, grupo de Mahmoud Abbas, comanda somente a Cisjordânia.
Minutos depois do discurso de Abbas, o embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, respondeu. O embaixador ressaltou que Abbas não mencionou a palavra "Hamas” nos 26 minutos de discurso e o acusou de só falar sobre uma solução pacífica quando sobe ao púlpito da ONU.
"Não há hipocrisia e mentira maior do que isso. O legado de Abbas é o de fraqueza crônica diante do terrorismo e do ódio", declarou Danon.
Embaixador de Israel nas Nações Unidas rebate discurso do primeiro-ministro da Autoridade Palestina nas Nações Unidas — Foto: Reprodução/TV Globo
Israel afirma que a ação militar em Gaza tem o objetivo de eliminar o poder bélico do Hamas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está na lista dos líderes mundiais que discursam nesta sexta-feira (27) na ONU. Além da Assembleia Geral, o Conselho de Segurança está tratando dos confrontos de Israel contra o Hamas e o Hezbollah, em busca de uma saída diplomática, mas não houve avanços.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, participou da reunião de quarta-feira (25), convocada pela França, no Conselho de Segurança. Ele disse que o país agora é vítima de ataques com dispositivos eletrônicos e cibernéticos, que acabam ferindo civis, entre eles mulheres e crianças. Na semana passada, pagers e walkie-talkies usados por militantes do grupo extremista Hezbollah explodiram no Líbano - em um ataque atribuído à inteligência israelense.
O primeiro-ministro também disse que os ataques de Israel podem virar uma ofensiva por terra e desencadear uma guerra regional.
Em nota, o governo brasileiro reiterou a condenação aos ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano - e pediu o fim das hostilidades.
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