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Por Jornal Nacional


Queimadas atingem terras indígenas no Maranhão — Foto: Reprodução/TV Globo

No Maranhão, as queimadas atingem terras indígenas.

Dados do Inpe mostram que do dia 1º de setembro até hoje, foram 320 focos de incêndio nas terras indígenas do Maranhão. Só na Terra Cana Brava, dos Guajajara, foram 62 focos. Depois do pedido de ajuda dos indígenas, brigadistas foram enviados para reforçar o combate aos incêndios florestais.

“É uma terra sagrada, é uma terra mãe. E isso significa muito para nós como indígenas. É muito triste porque como eu falei da nossa sobrevivência, na qual nós vivemos, das casas, dos nossos animais, dos biomas”, fala Betuel Guajajara.

O fogo já consumiu toda uma região da Terra Indígena de Porquinhos. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, o CIMI, no Maranhão, neste momento, das 15 terras indígenas do estado, seis estão com focos de incêndios ativos. Em Bacurizinho, 15 brigadistas tentam evitar que as chamas avancem.

Além da destruição da vegetação, o CIMI ressalta que as queimadas levam fome para a região.

“Eles também nos solicitaram agora um apoio para alimentação porque, devido à necessidade, acaba ficando difícil de fazer um trabalho na roça, né? E até mesmo vir a cidade para fazer as compras, né?”, explica Girlan Rodrigues , coord. reg. do CIMI.

O cenário triste das queimadas nas terras indígenas do Maranhão se completa com imagens como um pé de pequiá de 23 metros de altura, consumido pelo fogo. Uma árvore dessa leva 25 anos para chegar à fase adulta.

Pé de pequiá de 23 metros de altura consumido pelo fogo — Foto: Reprodução/TV Globo

Na aldeia El Betel, em Jenipapo dos Vieiras, o que era verde ficou cinza em poucas horas. Os animais que não morrem queimados, sofrem com o calor e a seca. Um jacaré não conseguiu escapar. Elemilton Guajajara monitora todo dia os novos focos de incêndios. Há mais de 40 dias não chove na região.

"Aqui está verde. Mas lá embaixo está tudo queimado. Porque esse fogo aqui com 20 minutos ele vai mais de 3 km", diz Elemilton Guajajara.

Jacaré não resiste a queimadas na aldeia El Betel, em Jenipapo dos Vieiras — Foto: Reprodução/TV Globo

Funai e Ibama informaram que estão atuando para combater e minimizar os efeitos das queimadas nas terras indígenas do Maranhão.

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