Manto sagrado indígena original de mais de 300 anos é apresentado no Museu Nacional, no Rio
No Rio de Janeiro, o Museu Nacional apresentou nesta quinta-feira (12) o manto original sagrado do povo Tupinambá, que tem mais de 300 anos.
Entoando cânticos ao toque do maracá, mais de 200 indígenas foram dar as boas-vindas ao manto sagrado Tupinambá. O presidente Lula participou da cerimônia.
A peça, costurada com penas vermelhas dos guarás, foi levada por colonizadores para a Europa. Estava há mais de 300 anos na Dinamarca.
Manto sagrado do povo indígena Tupinambá é apresentado no Museu Nacional, no Rio — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
"Ele representa, para a gente, a cura do povo Tupinambá. É pajé velho, é o ancião velho, é a cura”, diz o cacique Luciano Akawã.
Comitivas de anciões, caciques e pajés fizeram rituais nos últimos dias para receber o manto. Para as lideranças indígenas, ele preserva a memória e os valores do povo Tupinambá, que vivia em boa parte do litoral brasileiro antes da chegada dos colonizadores.
Agora, fará parte do acervo do novo Museu Nacional, destruído por um incêndio em 2018, e que deve ser reaberto em 2025. Os Tupinambás lutam para ser os guardiões do manto.
"Somos os herdeiros verdadeiros do manto sagrado. Ele retorna para levantar não somente nós, Tupinambás. Chega trazendo força, fé e coragem para todos nós, povos indígenas e povo brasileiro”, afirma a ativista Yakuy Tupinambá.
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