Educação técnica é um dos investimentos públicos mais rentáveis para o país
Um dos investimentos públicos mais rentáveis para o Brasil é a educação técnica. Jovens que cursam o ensino médio de nível técnico são mais valorizados no mercado de trabalho do que aqueles que se formam no ensino regular.
Uma formação atual e necessária. O Pedro e a Júlia estão terminando agora o ensino médio com curso técnico em meteorologia.
“Ele pensa a questão do meio ambiente, mas também das tecnologias, prevê catástrofes climáticas, então acho que é um tema extremamente relevante que é uma profissão que só tem a crescer”, diz Julia de Assunção Maia, estudante do curso técnico de meteorologia.
Eles estudam no Cefet, o Centro Federal de Educação Tecnológica, mantido pelo Ministério da Educação. Daqui a duas semanas, já com o diploma na mão, os dois colegas poderão comprovar as conclusões da pesquisa feita pelo Insper - uma das principais instituições de ensino superior e pesquisa do país - em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e o Instituto Unibanco.
O estudo revela que os formados em centros de ensino técnico de nível médio têm 5,5 pontos percentuais mais chances de estarem no mercado de trabalho formal em comparação com os trabalhadores sem formação. Na prática, eles têm mais chances de conseguir uma vaga com carteira assinada.
A pesquisa mostra que todos ganham no ensino médio aliado ao ensino técnico: os jovens, o mercado de trabalho, a sociedade em geral. Um investimento que gera retorno que, desta vez, foi calculado, foi medido de uma maneira bem objetiva: com resultado em reais.
Para cada R$ 1 investido na educação profissional de nível médio, o trabalhador com diploma tem um retorno superior a R$ 3 no salário. Ao longo da vida, esse profissional terá, em média, uma remuneração 32% maior do que a renda daqueles que concluem o ensino médio regular.
Profissionais com ensino técnico terão, em média, uma remuneração 32% maior do que aqueles que concluem o ensino médio regular. — Foto: Jornal Nacional/Reprodução
A economista Laura Muller Machado, uma das coordenadoras da pesquisa, diz que muitos desafios precisam ser vencidos. Em 2022, entre os jovens de até 19 anos, apenas 11% tiveram acesso ao ensino técnico no Brasil. Na Alemanha, esse índice chega a 50% - e, aqui, entrar não é garantia de conclusão.
“Apenas 40% dos jovens que começam o ensino técnico de nível médio eles concluem. Então, isso traz dois desafios. O primeiro é conversar com esses jovens e entender o motivo de eles estarem abandonando o ensino técnico. O outro desafio é a gente expandir cada vez mais as ofertas de ensino técnico de nível médio ao redor do país”, diz Laura.
A estudante Adriele Silva Guimarães venceu e em 15 dias vai ter em mãos o diploma do ensino médio e de técnica em telecomunicações.
“Os meus pais não concluíram o ensino médio, mas sempre buscaram colocar a gente na escola desde cedo. Eu já estou preparada para começar a minha vida, não do zero, mas com uma profissão e com um caminho a traçar”, diz.
LEIA TAMBÉM