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Por Jornal Nacional


Seca no Oeste do Pará deixa 33 mil pescadores sem trabalho

Seca no Oeste do Pará deixa 33 mil pescadores sem trabalho

No oeste do Pará, 33 mil pescadores estão sem trabalho porque rios e um lago secaram.

A cena é desoladora. Milhares de peixes mortos num dos principais lagos de Alenquer, no oeste do Pará. "O que está acontecendo aqui? Tá branco de peixe", diz um morador que gravou a cena.

O biólogo Frank Ribeiro disse que a temperatura da água pode estar contribuindo com a mortandade dos animais.

“Como o nível da água está muito baixo, causa uma mudança drástica na temperatura da água, e obviamente esses organismos não conseguem tolerar essa mudança tão rápida na temperatura da água e chegam a morte”, explica Frank Ribeiro, professor da UFOPA.

Áreas de pesca como lagos e braços de rios secaram tão rápido que não deu tempo para os peixes se refugiarem.

“Aqui onde pegava a comida, o pouco que tinha já foi, porque vai secando e o peixe vai embora, o que fica, ele morre”, conta a pescadora Ivone Carvalho.

Em um lago de pesca em Santarém, onde se reproduzem centenas de espécies de peixes, mesmo em épocas de seca, em alguns pontos ainda era possível pescar, mas, este ano, com a estiagem severa, toda a área se transformou num longo caminho de chão.

Mais de 33 mil pescadores de 14 municípios, do oeste do Pará, estão sem trabalhar. Quem tenta a sorte, passa dias no rio para conseguir levar para casa ao menos o alimento da família.

“A gente sai segunda e volta na sexta, passa oito, às vezes dez dias, porque é muito longe para conseguir”, diz o pescador Ivair Santos.

“De fato, há um impacto econômico muito forte, a gente sabe que principalmente nossas populações ribeirinhas dependem da pesca, tanto num contexto de arrecadação financeira como de fonte de proteína animal”, pontua Frank Ribeiro.

Na semana passada, o governo do Pará enviou comida e água potável para as famílias de pescadores.

“O alimento está difícil, está precário, os lagos estão secando, está morrendo peixe. Aqui na nossa região, a gente nunca sofreu uma seca dessa, a gente sempre teve peixe em abundância, mas agora ficou escasso”, diz o pescador Edivaldo Rebelo.

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