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Por Jornal Nacional


‘Brasil em Constituição’: histórias da série do Jornal Nacional são registradas em livro

‘Brasil em Constituição’: histórias da série do Jornal Nacional são registradas em livro

A série “Brasil em Constituição”, que foi ao ar no Jornal Nacional em 2022, mostrou a importância desse documento na construção da democracia do nosso país. Agora, as histórias dos brasileiros que ilustraram as reportagens estão registradas também em livro, escrito pelos jornalistas que fizeram a série.

Quantos cidadãos foram necessários para tornar o país mais justo? Quantas memórias foram resgatadas ao se sentar na cadeira e se reconhecer nos telões como alguém que ajudou a restaurar a democracia? Quantos brasileiros leram a Constituição de 1988 pela primeira vez, tendo como testemunhas as lentes das nossas equipes?

“Tomara que cumpram tudo isso aqui para futuramente meu neto ser acompanhado por essa Constituição”.

As emoções foram imortalizadas na série "Brasil em Constituição". Na tela do Jornal Nacional, histórias reais de brasileiros. Cidadãos anônimos, profissionais de áreas variadas, autoridades. Cada um deles, a seu modo, ajudou a escrever as páginas da Constituição de 1988.

Brasil em Constituição — Foto: Jornal Nacional/Reprodução

“Todos vieram aos nossos estúdios e se sentaram na mesma cadeira que se sentaram os especialistas, os juristas que a gente ouviu, os ministros do Supremo... Todos se sentaram na mesma cadeira, porque a Constituição trata todo mundo de forma igual. Isso é simbólico realmente”, diz a jornalista Mônica Barbosa, diretora da série e autora do livro.

Tudo isso está registrado agora, também, em um livro de 230 páginas, escrito pelos jornalistas Graziela Azevedo, Mônica Barbosa, William Bonner e Pedro Bassan.

“Um dos motivos, uma das razões pelas quais a gente fez o livro, é porque não cabia tudo na televisão. Era tanto material, tanta história boa, tanta história impressionante que a gente conseguiu reunir, que essas histórias estavam pedindo espaço para serem contadas. Então, tem bastidores no livro, tem histórias interessantes do jornalismo, de como a gente trabalha. Mas tem também muitas histórias que não foram contadas na tela de como a Constituição mudou a vida das pessoas”, conta Pedro Bassan.

Foi um trabalho de garimpagem no acervo da televisão. As equipes da série pesquisaram centenas de fitas em busca de personagens que apareceram em reportagens antigas, exibidas décadas atrás. Depois, foi como juntar um quebra-cabeças para achar esses homens e mulheres que viviam anonimamente nos cantos mais distantes do país ou mesmo nas grandes cidades. Valeu a pena, porque são eles os protagonistas do “Brasil em Constituição”.

Uma cicatriz no rosto de um garoto de 15 anos era a única pista do boia fria de Ribeirão Preto, em São Paulo, mostrado em uma reportagem de 1984. Foi como achar uma agulha em um palheiro, mas a produção conseguiu chegar a Benedito Sérgio. O Seu Té foi um dos principais personagens do capítulo sobre trabalho.

"Quando o Benedito Sérgio veio para o nosso estúdio e se viu menino naquelas condições, ele se emocionou muito e todo mundo chora nessa hora, todo mundo se emociona. E ele tem a consciência de que a Constituinte foi um movimento para todos. Os filhos dele não cortaram cana. Quando você traz isso para a vida de cada um, você realmente torna viva a Constituição”, conta a jornalista Graziela Azevedo.

Para os 23 episódios, foram montados cenários especiais com gigantescos painéis de LED onde os apresentadores Renata Vasconcellos e William Bonner liam trechos da Constituição. A série de reportagens foi ao ar em um momento político em que a democracia estava sob ataque. Foi a forma que o Jornal Nacional encontrou para lembrar que a Constituição é o principal instrumento de defesa da nossa democracia.

William Bonner nas gravações da série 'Brasil em Constituição' — Foto: Marcos Serra Lima/g1

“Teve esse papel relevante de levar ao conhecimento da população uma série de informações e de direitos. As pessoas nem sempre se dão conta da importância da Constituição porque elas já desfrutam desses direitos que é a Constituição que assegura. Não é uma obra acabada, como o país não é uma obra acabada, tudo pode ser aperfeiçoado. Mas a Constituição indica o rumo certo”, afirma o presidente do STF Luís Roberto Barroso.

O livro também é dividido entre os temas mais importantes e traz todos os avanços desde a promulgação da carta de 1988. Gente como Nair Jane, que hoje recebeu o livro onde aparece sorrindo com sua carteira de trabalho.

“Gostei dessa foto. Quando eu fui gravar lá, me mostraram essa foto. Foi a foto que eu estava mostrando sobre a importância de que não se trabalha sem carteira assinada”, contou Nair Jane.

A maranhense de 91 anos, que começou a trabalhar aos nove, passou a vida em luta. Não perdeu uma convocação durante a Assembleia Nacional Constituinte para garantir os direitos das empregadas domésticas. E, como milhões de brasileiros, faria tudo de novo.

“Valeu a pena. Está valendo a pena. Enquanto eu continuar caminhando com auxílio da bengala, eu vou”, afirmou Nair Jane.

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