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Por Jornal Nacional


Índia cresce mais rápido do que a China e os reflexos já chegam ao Brasil; entenda

Índia cresce mais rápido do que a China e os reflexos já chegam ao Brasil; entenda

A reunião do G20 serviu também para consolidar a Índia como um gigante econômico e diplomático.

A Índia, hoje, cresce mais rapidamente do que a China e os reflexos já chegam até o Brasil.

Nem o caos do trânsito ou a paz dos templos. O que chama atenção para a Índia é da ordem dos dados: o investimento em tecnologia. Na última década, a economia da Índia cresceu o dobro da média mundial. E se em 2022, o PIB global teve expansão de 3,1% e o da China, 3%%; o da maior democracia do Oriente bateu os 7%.

As cores da Índia mudam o jogo da geopolítica, explica Fernanda Magnotta, especialista em relações internacionais e professora da FAAP.

“A gente está falando, também, de um país que tem parcerias estratégicas muito importantes e que desempenha um papel de equilíbrio regional na Ásia. Enfim, que não se pode ignorar. Então, quando a gente pensa na Índia, a gente tem que pensar em um país que ainda vive hoje muitos desafios. É um país que ainda é pobre, enfrenta questões de desenvolvimento muito severas, enfrenta também dificuldades relacionadas à corrupção, que continuam sendo gargalos importantes no desenvolvimento desse país, mas ainda assim é um país considerado um dos mais importantes para o futuro das relações internacionais”, explica Fernanda Magnotta.

O Brasil fica perto da Índia nas assimetrias sociais que podem colocar na mesma rua de uma grande cidade o mercado financeiro e o informal, o luxo e a miséria. A extensão do território, a qualidade dos recursos naturais e o tamanho do mercado consumidor são outras semelhanças que colocam os dois países nas rodas de negócios mundiais.

Mas é no que falta aos indianos que pode estar a oportunidade brasileira.

“A Índia, até 2022, era o terceiro maior produtor de alimentos do mundo. O Brasil é o quarto. Mas a estrutura produtiva da economia indiana é feita em uma economia agropecuária de baixíssima produtividade: propriedades muito pequenas, com pouco uso de tecnologia, com poucos ganhos de escala, sem uma capacidade de acompanhar a oferta doméstica de alimentos. E aí o Brasil ganha um protagonismo como um possível fornecedor desse crescimento na demanda por alimentos da Índia. Pode ter um crescimento bastante relevante nos próximos anos”, afirma André Diz, pesquisador da FGV Agro.

Se até agosto de 2023, as exportações para a China deixaram um saldo de quase US$68 bilhões; as para a Índia, pouco mais de US$3 bilhões. Parece mesmo que é só o começo dessa parceria.

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