O estelionato foi o tipo de crime que mais cresceu nos últimos 5 anos em São Paulo
Em cinco anos, as fraudes por meio eletrônico registraram o maior crescimento na capital paulista. Três em cada dez moradores foram vítimas de estelionatários.
A oferta estava na página de uma rede social e parecia um ótimo negócio. Depois de trocar mensagens com um homem, que se apresentou como funcionário da pousada, a gerente comercial Janayna Bou Anni fez o pagamento de R$ 600 via PIX. No dia seguinte, ligou para confirmar se estava tudo certo.
“Vi que não tinha nada ok, que era tudo uma mentira, que era tudo uma farsa, uma enganação e caí no golpe da rede social”, conta.
O estelionato foi o crime que mais cresceu na maior cidade do país, segundo uma pesquisa do Insper, o Instituto de Ensino e Pesquisa, que apura os tipos de crime e situações de violência mais comuns em São Paulo: 30% dos entrevistados disseram já ter sofrido golpes financeiros, o maior número desde que o levantamento começou, há 20 anos.
O resultado, segundo os pesquisadores, pode ser usado como termômetro do que vem acontecendo no país. Se antes os bandidos tinham que se aproximar da vítima para tentar aplicar os golpes, nos últimos anos eles começaram a ficar cada vez mais presentes no celular. Agem a distância, sem mostrar o rosto, e tentam chamar a atenção entre as muitas mensagens e notificações que a gente recebe a toda hora.
A pesquisa, que identificou a alta dos estelionatos por meio eletrônico, é feita a cada cinco anos. De 2018 para cá, dobraram os golpes envolvendo sites e aplicativos de compras e as fraudes com cartão de crédito.
O coordenador da pesquisa diz que o avanço dos crimes virtuais exige atenção permanente e mais investimento da polícia em ações de inteligência.
“Você tem que estar à frente dos próprios bandidos. Quando eles vão desenhando novas técnicas, a polícia tem que acompanhar essas novas técnicas e tentar prevenir. Tem que ficar de olho, desconfiar também quando o produto muito bom está muito barato, em oferta. Desconfie desses sites”, afirma Naercio Menezes Filho, professor e coordenador da pesquisa do Insper.