Um estudo mostra que dois em cada 10 animais ameaçados de extinção no mundo estão no Brasil
Um estudo divulgado nesta semana mostrou que dois em cada dez animais ameaçados de extinção no mundo estão no Brasil.
O boto-rosa, um dos símbolos da Amazônia, sofre com a captura acidental em redes, com a contaminação do mercúrio na água e com a construção de barragens que interrompem o fluxo dos rios.
O relatório da WWF, que reúne pesquisas publicadas no mundo todo, mostra que, da década de 1990 para cá, o número de botos-rosa na região de Mamirauá, no Amazonas, caiu 65%.
No Pantanal, a onça-pintada também está ameaçada. O maior felino das Américas vive em ambientes com muita água, mas mapas mostram que houve redução de 82% nos terrenos inundáveis. O grande problema é o desmatamento em todo o país.
“Quando você destrói a natureza, você tem um desequilíbrio ecológico. Isso pode ser localizado ou em uma extensão continental. Você tem dois momentos: a situação está muito ruim, começa a diminuir a população daquela espécie. Se a coisa prolonga muito, aquela espécie desaparece”, afirma o ambientalista Apolo Heringer Lisboa.
Com áreas restritas, é cada vez mais comum encontrar onças em ambientes urbanos.
Em Minas Gerais, o Cerrado perdeu metade de seu território nos últimos 40 anos. Espécies que só vivem lá podem desaparecer. É o caso do lobo-guará.
Área de Cerrado e de Mata Atlântica na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Parque Estadual do Rola Moça é uma área protegida, uma unidade de conservação. No local tem lobo-guará, veado campeiro, onça. E os animais são protegidos. Há um túnel subterrâneo para os animais; é uma travessia de fauna para que eles não corram risco atravessando a estrada que fica em cima.
Os ambientalistas defendem mais programas como esse porque os impactos na natureza também interferem na nossa vida.
“É importante dizer que a perda de espécies não é só um alerta por conta da perda da biodiversidade. Quando a gente está perdendo espécies, a gente está perdendo serviços ecossistêmicos, a gente está perdendo qualidade de vida e bem-estar da nossa população, da sociedade humana”, explica a gerente de ciências do WWF Brasil, Mariana Napolitano.