Papa lembra em Aparecida: Deus atua e nos surpreende
O Papa Francisco tem filial devoção a Maria, Mãe de Jesus. No dia seguinte à sua eleição (não nos esqueçamos que o Papa é Bispo de Roma), seu primeiro ato foi dirigir-se à Basílica de Santa Maria Maggiore, na capital italiana, para homenagear aquela que os romanos invocam como Salus Populi Romani (Salvação do Povo Romano). Pela mesma razão quis começar sua visita ao Brasil, para presidir a JMJ-Rio 2013, com uma visita ao Santuário nacional de Aparecida, onde os católicos veneram a Mãe de Deus, desde 1717.
O pontífice fez questão de inserir a Basílica de Aparecida no itinerário da sua viagem apostólica e acaba de realizar uma concorrida celebração durante a qual pronunciou uma expressiva homilia. Fazem bem os vaticanistas quando nos recordam que o Papa é jesuíta. Essa homilia guarda o estilo típico das pregações de um jesuíta: breve, bem preparada, bem dosada de razão e emoção. Podemos considerar essa homilia como programática do seu magistério na JMJ-Rio 2013.
Começou recordando sua presença de três semanas em Aparecida, ainda como arcebispo de Buenos Aires, como relator do Documento da V Conferência do CELAM. Esse tempo serviu para um convívio com o santuário da Padroeira do Brasil e os romeiros, e parece que foi tanto apreciado que o Papa acaba de prometer um retorno.
Depois de recordar como a Virgem Maria sempre conduz o povo a Deus, velando para que ninguém se afaste do amor ao Cristo, único Salvador, o Papa enfatizou três aspectos na sua pregação. “A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: Mostrai-nos Jesus”, disse o papa.
Primeiramente, inspirado numa das leituras da Missa (Ap 12), Francisco sugeriu aquilo de que mais precisam os jovens e o povo brasileiro: a esperança Assim como a Mulher do Apocalipse, símbolo do Povo de Deus, que a liturgia aplica à Igreja, também hoje passamos por muitas dificuldades, mas é preciso guardar a esperança.
Em segundo lugar o Papa retomou um tema que passa a ser recorrente em suas prédicas: Deus atua e nos surpreende. Assim como Jesus a todos surpreendeu, nas bodas de Cana (evangelho da Missa), fazendo a água tornar-se um vinho gostoso, assim também nos surpreendeu fazendo brotar das águas do rio a imagem “Aparecida”; as surpresas de Deus não se esgotam, elas nos reservam sempre o melhor: “deixemo-nos surpreender pelo amor de Deus”.
Enfim, diz o Papa, é preciso viver na alegria. A alegria é o resultado de quem caminha na esperança e se deixa surpreender pelas maravilhas de Deus. O cristão deve banir o pessimismo de sua vida. O testemunho da alegria evangélica, além de incendiar o coração humano, irradia (contagia) essa luz para quem estiver ao nosso lado.
O povo vem experimentando que o Papa Francisco é homem de esperança, que se deixa seduzir pelo inesperado de Deus, e a todos contagia pela alegria, sementes de um futuro de graça.
Deus é perfeito. Deus é a nossa esperança. E ele está nos dando uma grande alegria e esperança com esse novo Papa. Uma demonstração de esperança, uma demonstração da alegria cristã, há muito apagada, e, sobretudo, Deus nos surpreende com a humildade do Papa Francisco em suas pregações e palavras !
É isso : Esperança, Confiança em Deus e Alegria (de Deus).
Valeu Papa Francisco.