Por g1


Cybercab é o robotáxi da Tesla, carro sem volantes e pedais, lançado em Los Angeles; imagem foi retirada de vídeo — Foto: Tesla/Divulgação via Reuters

A Tesla, fabricante de carros elétricos de Elon Musk, apresentou no início da madrugada desta sexta-feira (11), pelo horário de Brasília, o protótipo do robotáxi Cybercab, um carro sem volante nem pedais, desenvolvido para transportar passageiros sem a necessidade de um motorista.

O modelo tem dois lugares e portas que abrem para cima. A produção do veículo deve começar em 2026, segundo anúncio no evento de lançamento, em Los Angeles, nos Estados Unidos, informou a agência Reuters.

Musk, que chegou ao palco em um dos robotáxis, disse que os veículos estarão disponíveis para compra por menos de 30 mil dólares — cerca de R$ 170 mil.

"A grande maioria do tempo, os carros estão apenas parados", disse Musk no palco. "Mas se forem autônomos, podem ser usados cinco vezes mais, talvez dez vezes mais."

O Cybercab é o primeiro lançamento da Tesla desde o Cybertruck, apresentado como um carro quase indestrutível em 2019. Naquele ano, Musk também prometeu revelar um robotáxi.

Robotáxi da Tesla é exibido em um evento de lançamento em Los Angeles, na Califórnia — Foto: Tesla/Divulgação via Reuters

O lançamento foi adiado mais de uma vez, e a tentativa anterior estava prevista para agosto. Segundo o bilionário, o evento não aconteceu na data prevista devido a uma mudança de última hora no visual do carro.

Ele disse que os carros dependem de inteligência artificial e câmeras, não necessitando de outro hardware como o que os concorrentes de robotáxi usam — uma abordagem que investidores e analistas consideram desafiadora tanto do ponto de vista técnico quanto regulatório.

"O futuro autônomo está aqui," disse Musk. "Temos 50 carros totalmente autônomos aqui esta noite. Você verá os Model Ys e o Cybercab. Todos sem motorista."

O plano de Musk é operar uma frota de táxis autônomos da Tesla que os passageiros possam chamar por meio de um aplicativo. Proprietários individuais também poderão ganhar dinheiro no aplicativo, listando seus veículos como robotáxis.

Além do carro, Musk apresentou um robovan, que é um veículo maior e autônomo capaz de transportar até 20 pessoas. Ele também mostrou o robô humanoide Optimus da Tesla.

Robovan da Tesla é apresentado em evento em Los Angeles — Foto: Tesla/Divulgação via Reuters

Robô Optimus da Tesla caminha durante o evento de lançamento em Los Angeles — Foto: Tesla/Divulgação via Reuters

Investidores desapontados

Segundo a Reuters, investidores que esperavam detalhes concretos sobre a rapidez com que a Tesla pode aumentar a produção de robotáxis, garantir aprovação regulatória e implementar um plano de negócios sólido para superar concorrentes ficaram desapontados.

"Tudo parece legal, mas não muito em termos de prazos. Sou acionista e estou bastante decepcionado. Acho que o mercado queria prazos mais definitivos," disse Dennis Dick, trader de ações da Triple D. Trading. "Não acho que ele disse muito sobre nada. Ele não deu muitas informações."

'Caixa-preta'

A direção autônoma do Cybercab é baseada na técnica de "aprendizado de máquina e ponta-a-ponta", em que o sistema é treinado para tomar decisões com base em dados brutos.

Depois de receber as informações, o sistema não tem interferência humana, o que faz ele ser apontado como uma "caixa-preta" que dificulta a responsabilização em caso de erros.

O método torna "quase impossível ver o que deu errado quando ele se comporta mal e causa um acidente", disse um engenheiro da Tesla ouvido pela Reuters na condição de anonimato.

Rivalidade com Alphabet e Uber

O Cybercab deverá concorrer com os carros autônomos de empresas como Waymo, (da Alphabet, controladora do Google), Cruise (da General Motors) e Uber.

As adversárias costumam ter mais sensores redundantes, isto é, que funcionam como camadas extras de proteção para garantir segurança e a aprovação de reguladores para seus veículos.

Já a Tesla quer carros com câmeras mais simples que usam inteligência artificial para analisar o que está ao redor. A tática tem o objetivo de tornar os carros mais baratos, mas pode dificultar a autorização de reguladores.

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