Por Henrique Martin, g1


Como é assistir TV nas telas que custam muito caro

Como é assistir TV nas telas que custam muito caro

O que é uma TV gigante para você? Para alguns consumidores, pode ser um modelo de 65 polegadas que custava R$ 3.200 em dezembro.

Para outros, um painel mais avançado de 85” com resolução 8K, que saía na faixa dos R$ 44.000.

Mas tem televisor à venda hoje que custa R$ 1 milhão, com 110 polegadas. E outro que sai por R$ 1,5 milhão, com 136 polegadas.

Para dar uma ideia, a largura dessas telas chega a 3 metros, mais que o dobro de uma TV de 55” convencional.

São modelos exclusivos, com tecnologia de ponta, vendidos sob encomenda e que requerem instalação especializada.

O Guia de Compras conta a seguir como são esses modelos da "TV do milhão" – e ver o que muda na comparação com um aparelho convencional.

Ao final, a explicação tecnológica do preço alto desses equipamentos e uma lista com uma seleção de telas grandes de 65” a 98” com preços um pouco mais acessíveis.

Como é ver essas TVs de perto?

Os dois “televisores" gigantes – LG Magnit e Samsung Painel Micro LED Smart Hub 110” MS1A – são muito similares nas especificações e no uso geral.

Ambos requerem muito espaço: pelo menos 3 metros de distância do sofá para ter uma experiência completa. A resolução da tela é 4K, a mais comum hoje encontrada nos televisores.

LG Magnit — Foto: Henrique Martin/g1

Os dois modelos quase não têm bordas, se integrando ao ambiente.

À primeira vista, as duas telas geram imagens muito impressionantes.

Na LG, eram diversos vídeos curtos mostrando paisagens, flores e pessoas com brilho e contraste excelente.

Na Samsung, o tema dos vídeos mudou um pouco – incluiu ainda florestas, vulcões e joias. Tudo programado para mostrar imagens perfeitas na demonstração dos fabricantes.

Foi parecido com o efeito de assistir uma imagem 3D no cinema, mas sem precisar de óculos.

Samsung Painel Micro LED Smart Hub 110” MS1A — Foto: Henrique Martin/g1

A imagem é tão grande e imersiva que pode dar um pouco de tontura chegando próximo ao display. A LG cita que dá para ver a partir de 1,4 metro de distância, mas, quanto mais longe, melhor.

Mas, ao sair desse modo “especial" que cativa o consumidor, as duas “TVs do milhão” funcionam como uma Smart TV convencional – até o controle remoto é o mesmo dos modelos mais baratinhos.

Na LG, o aparelho estava configurado para uso comercial, como painéis da bolsa de valores ou do mercado financeiro, que requerem detalhes em alta definição para serem vistos de perto.

Por conta disso, não deu para ir além dos vídeos oficiais de demonstração. Diz a marca que a versão para o consumidor final vem com o sistema WebOS, o mesmo usado nas televisões da marca – e com acesso a apps e serviços de streaming.

A TV da Samsung estava “pronta" para usar, com loja de apps, serviços de streaming instalados e até recursos para jogar videogame on-line.

A qualidade da imagem seguiu impressionante, mas esbarrou em um problema: a velocidade da conexão wi-fi. Nesse dia, ela não estava tão boa no local e alguns vídeos em alta resolução foram afetados.

Vale notar que as duas marcas têm recursos de “upscaling”, que melhora artificialmente a qualidade usando o processamento interno do aparelho.

LG e Samsung também dizem adotar recursos de inteligência artificial para fazer a melhoria das imagens.

Um recurso muito interessante é compartilhado também pelas duas TVs gigantes. Elas têm um modo “arte”, que transforma a tela em uma obra de arte, mostrando quadros e fotos famosas. Esse modo também reduz o consumo de energia das TVs.

E parece que tem mesmo uma grande obra de arte na sala de casa.

A qualidade do som da Samsung era nítida e cristalina – apesar dos alto-falantes internos, a fabricante tinha instalado uma soundbar para aprimorar a experiência. Com o acessório desligado, o som era bom, mas menos poderoso.

Já a da concorrente não vem com alto-falantes instalados – a fabricante diz que o comprador desse tipo de produto já tem (ou quer ter) um sistema de áudio profissional em casa. O sistema instalado pela LG era muito bom, vale ressaltar.

Os dois painéis também compartilham alguns "problemas".

Por conta do alto consumo de energia – 2.000W na LG e 1.200W na Samsung – essa tela esquenta bastante. Dá para perceber o ar mais quente ali perto da tela.

Algo a considerar na instalação de uma tela dessas é um sistema de ar-condicionado apropriado.

E, por serem montadas com diversos painéis menores encaixados lado a lado, pode ocorrer de alguns deles ficarem um pouco desalinhados.

Traço perceptível de perto no painel Micro LED da Samsung — Foto: Henrique Martin/g1

Se estiver perto da tela, durante cenas muito escuras ou muito claras, dá para perceber as “juntas" dos painéis. De longe nem dá para notar.

Por que essas telas são tão caras?

O Micro LED é umas tecnologias mais avançadas utilizadas na fabricação de telas.

Os painéis feitos com esse método podem ter mais de 24 milhões de pontos que emitem sua própria luz (vermelha, verde e azul), sem utilizar iluminação de fundo.

Para dar uma comparação, os 24,9 milhões de pontos do painel de 110" representam 3 vezes mais pixels que uma TV 4K convencional, com 8,3 milhões de pontos, de acordo com Alexandre Gleb, gerente de produtos da Samsung.

A distância entre os pontos (pixels) na Samsung é de 0,63 milímetro – vale notar que a tela é menor que a da LG – com distância de 0,78 milímetro.

Para comparação, um telão LED como aqueles usados em aeroportos, por exemplo, tem a distância de 1,8 milímetro entre um pixel e outro. É a diferença entre quase não ver esse espaço a olho nu na Micro LED e perceber a distância nas LEDs vendo de perto.

Na LED “normal”, que é vista de longe, esse espacinho a mais é imperceptível por conta da distância que enxergamos a tela. Veja abaixo a Micro LED (à esquerda) e uma tela LED convencional no detalhe:

Detalhe da tela Micro LED vista de perto (à esquerda) e da LED (à direita): dá para ver a distância entre cada pontinho azul — Foto: Henrique Martin/g1

Por conta do tamanho expressivo, esses painéis são montados unindo diversos módulos. No modelo da Samsung, são 192 “pedaços de tela” que medem 15 x 11 cm e formam as 110”.

Na imagem abaixo, um painel LED convencional, que também é montado com diversos módulos menores:

Módulo destacado do painel LED da LG; telas Micro LED usam conceito parecido na fabricação — Foto: Henrique Martin/g1

A da LG é formada por 200 "bloquinhos" na tela de 136".

Outros detalhes das TVs gigantes

LG Magnit

LG Magnit — Foto: Henrique Martin/g1

O equipamento da LG mede 3 metros de largura por 1,7 metro de altura, em uma estrutura com 57,8 cm de espessura que não inclui alto-falantes. O peso é de 200 kg.

A instalação do produto é feita por parceiros da fabricante, que realiza a supervisão técnica do processo e não deu muitos detalhes sobre o processo de levar a tela enorme para uma casa ou apartamento.

Leonardo di Clemente, gerente de produtos da companhia, explica que esses parceiros são empresas de automação residencial profissional que vendem o produto e outros itens de entretenimento doméstico, como o sistema de som profissional.

O consumo de energia do equipamento está na faixa dos 2.000W e não tem selo do Procel.

Uma TV OLED 4K de 55”, para comparação, tem um consumo na faixa dos 300W e vem com classificação A pelo Procel.

O painel pode ser instalado direto na parede ou em um pedestal, que vem com o produto. A garantia da TV gigante é de 2 anos.

As opções de conectividade são 4 portas HDMI, 2 USB, conector para rede, saída de áudio digital, Bluetooth e wi-fi integrados. O aparelho está pronto para se conectar a alto-falantes usando o novo padrão WiSa, que promete facilitar o uso de sistemas de som sem fios.

A tela tem taxa de atualização de 120 Hz – que é quantas vezes o display “pisca" para atualizar a imagem –, deixando as cenas mais fluidas nos vídeos. Uma TV normal varia de 60 a 120 Hz.

O modelo vem com uma proteção padrão IP50 (contra poeira) na parte frontal e IP20 (contra objetos sólidos de até 12,5 mm de diâmetro) na parte traseira, algo ausente no painel da concorrente.

Samsung Painel Micro LED Smart Hub 110” MS1A

Painel Micro LED da Samsung visto de perto: parece um desenho, mas não é — Foto: Henrique Martin/g1

O equipamento da Samsung mede 2,4 metros de largura e 1,3 metro de altura, em uma estrutura com apenas 2,5 cm de espessura – incluindo os alto-falantes.

O produto pesa 87 kg e requer uma avaliação prévia na casa do futuro dono, para checar se a estrutura das paredes comporta o peso e se a rede elétrica aguenta um produto que consome 1.200W.

Para comparação, uma TV 4K de 55” consome em torno de 230W, com selo de classificação A pelo Procel. A tela de 110” não recebeu selo do Procel.

Se for necessário, a Samsung indica a instalação de um disjuntor elétrico específico apenas para o produto.

A garantia é de 3 anos, maior que a de uma TV normal, de 1 ano.

O aparelho pode ser instalado na parede ou sobre um móvel – tanto o suporte como a base vêm com o produto.

Todas as conexões para outros aparelhos ficam em uma caixa externa, chamada de One Connect pela fabricante. Essa caixa se liga à TV apenas por um fio e pode ficar escondida em um móvel.

Ali estão as 6 portas HDMI 2.1, duas USB e uma Ethernet (para internet com cabo), além de conectividade Bluetooth 5.2 e Wi-Fi 6.

Mas não tem entrada RF, usada para instalar uma antena para sintonizar canais digitais.

A tela conta ainda com taxa de atualização de 120Hz e sistema de áudio com 100W de potência que usa tecnologia Dolby Atmos, para aprimorar o som.

Veja a seguir uma lista de TVs grandes selecionadas pelo Guia de Compras, com telas de 65" a 98", com preços mais acessíveis que os aparelhos de luxo da LG e Samsung.

Os valores dos produtos foram consultados nas lojas on-line em dezembro e variam entre R$ 3.200 e R$ 44.000.

TVs de 65"

TVs de 75" a 77"

Philips LED 75PUG7906 75
Philips LED 75PUG7906 75"

TVs de 83" a 86"

LG NanoCell 86NANO75 86
LG NanoCell 86NANO75 86"

TVs de 98"

Philco LED PTV98F8TAGCM 98
Philco LED PTV98F8TAGCM 98"

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