Por Henrique Martin, g1


Guia de Compras: Teste de smartbands — Foto: Veronica Medeiros/g1

As pulseiras inteligentes – ou smartbands – são a maneira mais econômica de começar a acompanhar informações sobre saúde no dia a dia.

Esses produtos oferecem recursos bastante similares aos dos smartwatches (relógios inteligentes), com a vantagem de serem bem mais baratos. Isso ocorre porque eles não têm GPS integrado e usam o celular para acompanhar os trajetos de exercícios ao ar livre.

Porém, as smartbands medem a quantidade de exercícios feita pelo seu dono, o número de passos dados, avaliam a qualidade do sono e ainda monitoram batimentos cardíacos e oxigenação do sangue.

O Guia de Compras testou três modelos de smartbands que custam na faixa de R$ 350 a R$ 500, com valores consultados nas lojas da internet no meio de abril. Para comparação, um smartwatch sai a partir de R$ 1.400 (veja o teste feito em 2023).

Os modelos avaliados foram:

Bom lembrar que autoridades de Saúde e os próprios fabricantes alertam que os dados de monitoramento desses aparelhos não substituem acompanhamento médico.

Os testes incluíram o uso por uma semana de cada pulseira, incluindo caminhadas e corridas. Os modelos foram cedidos por empréstimo e serão devolvidos.

Outros guias:

Veja a seguir os resultados e, ao final da reportagem, a conclusão.

As três smartbands variam em tamanho: a Huawei Band 8 é que tem uma tela intermediária – a da Samsung conta com um display grande, e a da Xiaomi, pequena.

A Huawei Band 8 tem uma tela de 1,47 polegadas, medindo 43,4 × 24,5 × 8,9 mm. Seu peso é de 14 gramas sem a pulseira. Tem um botão lateral para acessar os menus e notificações e que complementa o uso do display sensível ao toque.

Seu desempenho é bem similar aos outros equipamentos e é a pulseira mais barata do teste, sendo vendida na faixa de R$ 350.

Huawei Band 8 durante exercício — Foto: Henrique Martin/g1

A pulseira, que pode ser trocada, é feita em TPU (termoplástico de poliuretano) – um material bastante flexível e resistente. Ela conta com duas partes, que se encaixam no topo e base da caixa, como ocorre com as pulseiras de relógios convencionais e smartwatches.

O app usado pela Band 8 é o Huawei Saúde, com versões para iOS e Android. Por ele, é feita a sincronia com o celular e o envio de notificações de mensagens e ligações, controle de exercícios, músicas, entre outras funções.

A Huawei criou dois métodos para avaliar as metas diárias.

A primeira é a visualização por círculos que vão sendo preenchidos durante o dia, medindo a quantidade de passos, minutos em movimento e se a pessoa ficou em pé naquela hora (e, se não ficou, alertam com uma vibração para se mexer um pouco).

É algo muito parecido com os círculos de atividade que a Apple usa no Apple Watch.

A outra é mais nova e representada por um trevo de saúde, com avaliação de movimento, qualidade do sono e “humor” (uma métrica que inclui sono, nível de stress e quantidade de passos por dia), como dá para ver na imagem abaixo, no app Huawei Saúde e nos dois concorrentes:

Smartbands: Da esquerda para a direita, apps da Huawei, Samsung e Xiaomi. — Foto: Reprodução

Resistente a água, a pulseira pode ser mergulhada em até 50 metros de profundidade. Também mede batimentos cardíacos e nível de oxigenação do sangue.

Para exercícios, o dispositivo consegue monitorar dados de 100 esportes, com detecção automática de corridas, natação e caminhadas. Assim como sua concorrente Xiaomi Band 8, a pulseira da Huawei ajuda seu dono a correr, com planos de treino.

A bateria da Huawei Band 8, com 7 dias de uso, atingiu 20% da carga. A fabricante informa que a bateria dura entre 9 e 14 dias, dependendo da utilização do produto. E que 5 minutos de carga permitem o uso por mais dois dias.

A Samsung Galaxy Fit3 é a maior das pulseiras inteligentes, com uma tela de 1,6 polegada, mais larga que a da Xiaomi Band 8.

Também é a mais cara das três, sendo vendida por R$ 500 em abril nas lojas on-line consultadas.

A smartband mede 42,9 x 28,8 x 9,9 mm e pesa 36,8 gramas. Como ocorre no modelo da Huawei, o da Samsung também tem um botão para ajudar na navegação entre os menus e notificações do dispositivo.

O material da pulseira é o TPU, com duas partes que se encaixam no topo e na base da Galaxy Fit3.

Samsung Galaxy Fit3 durante exercício — Foto: Henrique Martin/g1

A Samsung utiliza o app Galaxy Wearable, que só funciona com celulares Android, para sincronizar dados com a pulseira inteligente – como gerenciar as notificações, mudar o estilo do visor e ordenar os recursos.

A parte de saúde se conecta com o aplicativo Samsung Health, também apenas para Android, para monitorar exercícios.

A métrica de atividades tem o formato de um coração – que também avalia os passos diários, tempo em pé e em movimento.

A Galaxy Fit3 tem algumas similaridades com os concorrentes, como a detecção automática de exercícios simples e acompanhamento de mais de uma centena de atividades.

E algumas funções diferentes, como a pausa automática de um exercício ao aguardar para atravessar a rua, por exemplo.

É algo que os modelos da Xiaomi e da Huawei não fazem.

Outro recurso único – e que é comum em smartwatches mais caros– é a detecção de quedas do seu usuário. O aparelho consegue "entender" que a pessoa caiu e ativa um modo de emergência para pedir socorro.

A medição de sono também está presente, com os mesmos perfis de bichos (como leão ou urso) usados nos smartwatches da marca, com a intenção de ajudar o usuário enquanto dorme.

Após 4 dias de uso, a bateria do Galaxy Fit3 atingiu 30% da carga. Segundo a Samsung, o produto consegue durar até 13 dias com uma única recarga.

Vale notar que todas as smartbands utilizam um cabo USB com conector magnético que se conecta à parte traseira da pulseira. O da Samsung é o único cabo com conexão USB-C, os demais vêm com cabo USB 2.0, aquele mais tradicional e antigo.

A Xiaomi Smart Band 8 é a versão mais recente da smartband e a única das três pulseiras do teste com um design diferente, mais alongado e com as bordas da tela arredondadas. Lado a lado com as concorrentes, é a menor das três.

O produto tem um display sensível ao toque de 1,62”, mede 2,25 x 4,8 x 1,1 cm e pesa 28 gramas. Todos os comandos são feitos pela tela, sem a ajuda de botões, como nas outras duas smartbands do teste.

Sua pulseira em TPU pode ser trocada – mas vale ressaltar que a Xiaomi mudou o método de encaixe das partes. Em versões anteriores do produto, era uma peça única de plástico.

Agora, são duas partes distintas – como em smartwatches, e as pulseiras antigas não servem no modelo mais recente.

Nas lojas da internet, a Xiaomi Smart Band 8 custava R$ 450 em abril.

Xiaomi Smart Band 8 durante exercício — Foto: Henrique Martin/g1

Toda a sincronização com o celular é feita com o app Mi Fitness, disponível para sistemas Android e iOS. A Xiaomi diz que a pulseira também compartilha dados com o Strava (que monitora e compartilha dados de exercícios com amigos) e com o Apple Saúde, do iOS.

Como ocorre com as demais smartbands do teste, o aplicativo Mi Fitness sincroniza as notificações do celular para a pulseira, como mensagens do WhatsApp, previsão do tempo e controle de músicas.

Para medir as informações de saúde, o Mi Fitness lembra bastante o Huawei Saúde, com os círculos que devem ser “preenchidos" todos os dias ao cumprir metas de passos, em movimento e o tempo em pé.

A pulseira da Xiaomi também avalia um conceito de “vitalidade" do seu dono, mostrando uma pontuação de zero a 100 na semana – quanto maior, melhor estará a saúde.

O número de exercícios que a smartband da Xiaomi acompanha é o maior das três pulseiras: a fabricante cita 150 modos.

Dá para entender o número alto de funções: vários exercícios de de academia, como levantamento de peso ou agachamento, são contabilizados de forma individual.

A pulseira também consegue detectar exercícios de forma automática, como caminhada, corrida, remo seco, ciclismo e elíptico.

A bateria da Xiaomi Smart Band 8 atingiu 51% de carga em sete dias de uso, alternando datas com e sem exercício. Segundo a fabricante, a bateria pode durar até 16 dias.

Conclusão

MELHOR CUSTO/BENEFÍCIO: no uso diário, as três smartbands são muito parecidas em recursos e duração de bateria. Todas medem um monte de exercícios, conseguem checar batimentos cardíacos, oxigenação do sangue e avaliar a qualidade do sono. A bateria também é parecida nos modelos da Huawei e da Xiaomi.

Pelo preço consultado em abril, a Huawei Smart Band 8 tinha a melhor relação custo/benefício, sendo vendida por R$ 350 nas lojas on-line.

Smartbands, da maior para a menor: Samsung, Huawei e Xiaomi — Foto: Henrique Martin/g1

SINCRONIA COM IPHONE: Tanto Huawei quanto Xiaomi sincronizam dados com o sistema iOS, usado pela Apple nos iPhones – notificações, respostas de mensagens e controle de músicas e podcasts funcionam sem problemas.

Só que é uma sincronização parcial: as informações dos exercícios vão para o aplicativo Apple Saúde.

E não seguem para o Fitness, que é usado apenas pelo Apple Watch – e é o app que tem os círculos de movimentos/metas da fabricante do iPhone.

PRECISA SEMPRE DO CELULAR: As smartbands não têm algo essencial aos smartwatches – o GPS integrado para rastrear as rotas dos exercícios e caminhadas ao ar livre. Desse modo, sempre precisam do smartphone por perto para sincronizar os dados – o que pode demorar um pouco mais para acontecer.

ATENÇÃO PARA A TELA: com tamanhos menores em comparação a um smartwatch – com mais área de visualização em telas maiores, enxergar a pequena tela de uma smartband pode ser complicado sob a luz do sol.

A dica aqui é aumentar o brilho do display nas configurações ao sair para fazer uma atividade física – se o nível estiver baixo, a chance de ver as informações é igualmente reduzida (ou quase impossível).

MAIS CONFORTÁVEL: Pelo tamanho menor em relação aos smartwatches, as smartbands têm uma vantagem na hora de usar à noite para dormir – são mais leves e incomodam menos no pulso durante o sono.

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