Por Henrique Martin, g1


Guia de Compras: celulares até R$ 2.000 — Foto: Vitoria Romero Coelho/g1

Os celulares da categoria dos intermediários costumam ser uma boa opção de compra na Black Friday.

Eles são um pouquinho mais caros que os smartphones básicos, mas contam com conectividade 5G, câmeras e desempenho geral melhores, além de terem uma bateria que dura mais tempo que modelos mais avançados.

A boa notícia é que, em comparação com 2022, os aparelhos nessa categoria estão mais "baratos".

Os smartphones avaliados estavam na faixa dos R$ 2.000 nas lojas on-line consultadas em novembro. Modelos similares custavam entre R$ 2.400 e R$ 3.500 na última Black Friday.

O Guia de Compras testou 4 modelos dessa categoria, todos com sistema operacional Android 13 e lançados em 2023 pelas principais marcas.

Os aparelhos avaliados foram:

Foram avaliados desempenho, câmeras e duração da bateria. Na conclusão, design e custo-benefício também foram considerados.

Veja a seguir como cada um se saiu e, ao final, a conclusão e como foram feitos os testes.

O Infinix Note 30 5G é um celular intermediário da marca chinesa representada pela Positivo Tecnologia no Brasil.

O aparelho é o mais barato do teste, custando R$ 1.900 nas lojas on-line pesquisadas em novembro.

Desempenho

Nos testes de performance (veja como é ao fim da reportagem), o Infinix Note 30 5G ficou quase empatado com o Realme 11 5G – atrás dos modelos da Samsung e da Motorola.

Na avaliação gráfica – que mede como o smartphone se comporta com jogos e vídeos –, o celular da Infinix ficou em segundo lugar, atrás do telefone da Samsung.

Câmeras

O telefone da Infinix tem uma câmera tripla na traseira – uma principal com 108 megapixels de resolução e uma lente auxiliar para ajudar no desfoque para fotografias em modo retrato de 2 mp, mas que não "fotografa". É uma configuração de câmera bastante similar à do Realme 11 5G.

Os resultados foram bons, mas muito parecidos aos encontrados em outro aparelho mais barato da marca, o Infinix Zero 5G (veja o teste).

As imagens tendem a ficar pouco "lavadas" (com a exposição exagerada à luz) e com um ajuste de cores que poderia ser aprimorado. Veja no exemplo abaixo com as imagens feitas abaixo:

As imagens noturnas ficaram bastante granuladas, com uma qualidade inferior à encontrada nas câmeras dos outros concorrentes do teste, como nos exemplos abaixo:

A câmera principal conta um zoom de 2x, mas não é um zoom óptico, e sim um recorte da imagem feita pelo sensor principal. É um “truque" que outros fabricantes utilizam – como a Apple, no iPhone 15.

Para utilizar o recurso, basta tocar no botão de zoom.

As selfies, de 16 megapixels, são boas, mas também repetem o efeito esbranquiçado.

O ajuste automático de imagem da câmera borrou bastante o fundo e exagerou nos efeitos de embelezamento da pele – felizmente, esse recurso que deixa qualquer rosto lisinho (e com aparência artificial) pode ser desativado.

Bateria

A bateria do Infinix Note 5G aguentou 10h30 nos testes, o que indica um bom período longe da tomada durante o dia – mas foi a que durou menos na comparação com os outros modelos.

Esse número, porém, não significa que, após quase 11 horas longe do carregador, o smartphone vai descarregar por completo. Mas dá uma ideia geral de quanto tempo a bateria pode durar.

A capacidade de carga do celular da Infinix é de 5.000 mAH. O celular vem com um carregador rápido de 45W na caixa – segundo a fabricante, esse item permite carregar 75% da carga do telefone em meia hora.

O Moto G84 é um celular intermediário da Motorola com uma câmera muito boa e um desempenho geral excelente, que ficou um pouco atrás do modelo da Samsung.

Nas lojas on-line consultadas em novembro, o telefone era vendido na faixa dos R$ 2.000.

Desempenho

O celular da Motorola ficou em segundo lugar no teste de performance geral, quase empatado com o Galaxy M34, da Samsung.

Nos testes gráficos, o Moto G84 ficou em penúltimo lugar, pouco à frente do Realme 11 5G.

Câmeras

O Moto G84 tem um sensor principal de 50 megapixels de resolução e um secundário de 8 megapixels para fotos grande angulares (cenas mais amplas).

A câmera principal é muito boa, com fotos bem iluminadas tanto de dia quanto à noite e com boa nitidez e contraste um pouco exagerado, como nas imagens abaixo:

A lente grande angular também atua como uma câmera macro, para tirar fotos de detalhes de perto, e os resultados são bons. Nas fotos abaixo da flor, apenas o Infinix não conseguiu focar muito bem próximo à planta.

As selfies de 16 megapixels foram muito boas também, com um bom desfoque ao fundo e sem uso de muitos truques para deixar a imagem com um jeito artificial.

Bateria

A bateria do Moto G84 atingiu 12h55, sendo a segunda com maior duração, atrás do Realme 11 5G e pouco acima do Samsung Galaxy M34 (que tem uma capacidade maior de bateria, com 6.000 mAH).

O carregador rápido é de 33W. A fabricante não informa o tempo de carregamento do smartphone.

O Realme 11 5G é um celular intermediário com configuração muito parecida com a do Infinix Note 30 5G – mesmo tamanho de tela (6,7”), mesma câmera dupla com restrições similares e mesma capacidade de armazenamento interno (256 GB).

O aparelho era vendido por R$ 2.000 nas lojas on-line consultadas no meio de novembro.

Desempenho

A performance do Realme 11 5G é quase igual à do modelo da Infinix, com resultado quase empatado – o da Realme foi um pouquinho mais rápido, mas ficou atrás da Samsung e da Motorola.

Na parte de teste gráficos, o celular ficou um pouco atrás do Motorola e ocupou a última posição entre os aparelhos avaliados.

Câmeras

A câmera “dupla” do Realme 11 5G é, como a do Infinix Note 30, composta por um sensor com 108 megapixels de resolução e uma lente auxiliar (2 mp) para ajudar no desfoque em imagens geradas pelo modo retrato.

Os resultados de dia e à noite foram bons – melhores que os da câmera do Infinix, mas um pouco inferiores aos encontrados nas câmeras da Motorola e da Samsung. Veja exemplos:

A câmera principal conta um zoom de 3x, mas segue um truque de recortar a imagem, como ocorre no Infinix.

As selfies com a câmera frontal de 16 megapixels ficaram muito boas, com um contraste bastante definido.

Bateria

A bateria do Realme 11 5G foi a com maior duração no teste, atingindo 13h38. O modelo conta com o carregador mais potente entre os modelos avaliados, com 67W.

Segundo a fabricante, é possível recarregar a bateria de 0% a 50% em 17 minutos utilizando o carregador oficial.

O Samsung Galaxy M34 é um modelo intermediário com uma boa câmera e a promessa de uma bateria maior, mas que não se cumpre.

O aparelho custava R$ 2.000 nas lojas da internet pesquisadas em novembro.

Desempenho

O Galaxy M34 foi o mais rápido nos testes de desempenho geral do aparelho, ficando um pouco à frente do Moto G84. Curiosamente, conseguiu o primeiro lugar mesmo sendo único aparelho com 6 GB de RAM, contra 8 GB dos demais celulares.

Quanto mais memória RAM, melhor será o desempenho do smartphone. Não confundir com o armazenamento interno do aparelho, que guarda o sistema operacional, aplicativos e dados do dono do telefone.

Na avaliação gráfica, foi o único a se destacar, com resultados melhores que os dos concorrentes.

Câmeras

A câmera tripla do Galaxy M34 é, na verdade, dupla: tem um sensor de 50 megapixels para a lente principal e um de 8 mp para a lente grande angular.

A terceira “lente” na traseira do telefone é apenas um sensor adicional de 2mp que é usado para auxiliar nas fotos em modo retrato.

Os resultados durante o dia foram muito bons com a câmera do Galaxy M34. As fotos ficaram bastante nítidas e coloridas, muito parecidas com as feitas pelo Moto G84 – que também tem um sensor de 50 mp.

As fotos noturnas ficaram bastante iluminadas e foram as melhores do comparativo.

A câmera frontal tem 13 mp de resolução e tirou ótimos retratos, bastante nítidos e equilibrados.

Bateria

Mesmo com a maior capacidade de bateria (6.000 mAH contra 5.000 mAH nos concorrentes da avaliação), o Samsung Galaxy M34 não teve o melhor resultado. Com 12h35 , que é um ótimo tempo, ficou atrás da Realme e da Motorola.

A recarga rápida do Galaxy M34 é feita com um carregador de 25W presente na caixa do produto. É o carregador mais "lento" entre os quatro aparelhos.

Mas vale ressaltar que o carregador oficial do iPhone 15, por exemplo, é de 20W. E que um carregador de 67W poderia ser utilizado para carregar a bateria de um notebook.

Conclusão

RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO: Os quatro celulares do teste estão mesma faixa de preço de referência de R$ 2.000 (que pode variar nas lojas da internet durante a Black Friday) e trazem configurações técnicas e desempenho bastante parecidos.

O Galaxy M32 e o Moto G84 são os que ofereceram os melhores resultados nos testes gerais e têm câmeras um pouco mais avançadas.

Além disso, Samsung e Motorola costumam informar suas políticas de atualização do sistema Android com antecipação.

Assim, o consumidor sabe por quanto tempo consegue suporte da marca, tanto em novas versões do Android como as atualizações de segurança. As demais marcas – Infinix e Realme – não costumam ser muito transparentes em relação a essas atualizações.

MELHOR CÂMERA: O Galaxy M32 e o Moto G84 tiveram os melhores resultados, com imagens muito boas e nítidas tanto de dia como à noite. A lente macro do Moto G84 é um bom diferencial caso o consumidor precise desse recurso.

O aparelho da Realme fica como uma alternativa mais simples, já que a câmera tem menos recursos na comparação.

DESIGN IMPORTA: Ter um celular intermediário não significa ter um aparelho mais simples. O acabamento dourado brilhante do Realme 11 5G chama a atenção, assim como a traseira em “couro vegano” azul do Moto G84.

O da Samsung segue o visual da da linha Galaxy S23, mais cara, mas com um acabamento plástico mais simples. O da Infinix tem o visual mais básico dos quatro avaliados.

Como foram feitos os testes

O Guia de Compras selecionou smartphones da categoria dos intermediários lançados no segundo semestre de 2023, com conectividade 5G e disponíveis nas lojas on-line em novembro. Os produtos foram cedidos para o teste e serão devolvidos.

Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 6, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.

Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.

Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino. Os testes foram feitos com as telas com taxa de atualização máxima (120 Hz).

A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.

O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática, o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.

Para os testes de câmera, foram feitas fotos dentro de casa e na rua (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.

Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.

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