Por Henrique Martin, Laís Ribeiro, Julia Carolina Silva, g1


  • Produtos prometem reduzir a temperatura, mas é preciso "convencer" o pet a deitar em cima.

  • Existe o risco de o tapete furar com mordidas, mas fabricantes dizem que gel é inofensivo e não é tóxico.

  • Os donos de cães e gatos têm de tomar cuidado: o tapete escorrega bastante se pisar em cima.

Guia de Compras: g1 testa 3 tapetes gelados para pets — Foto: Juan Silva/g1

Tapetes refrescantes para pets prometem ser a salvação dos bichos nos dias de calorão. Mas será que eles funcionam mesmo?

O Guia de Compras testou três modelos de tapetes gelados com dois cães e um gato para ver como os bichinhos de estimação reagem e se realmente usam o produto.

Foram avaliados os produtos a seguir:

Tapete Gelado Refrescante 30 x 40 cm Azul Western Pet
Tapete Gelado Refrescante Azul Western Pet
  • Medidas: 30 x 40 cm
Tapete Gelado Refrescante Gel Premium Ossinho Pet
Tapete Gelado Refrescante Gel Premium Ossinho Meu Pet
  • Medidas: 35 x 48 cm
Tapete Gelado Premium Pet Tamanho G
Tapete Gelado Tamanho G Premium Pet
  • Medida: 60 cm de diâmetro

Dois cães e um gato tiveram os tapetes pet à disposição durante o mês de fevereiro, em São Paulo, com os produtos alternados entre os bichos de estimação.

Veja a seguir e, ao final, a conclusão.

🧊Como funciona?

Por dentro, o tapete tem um gel térmico que, segundo os fabricantes, é ativado pelo peso do animal.

As marcas dizem que o produto reduz a temperatura da superfície de contato entre 5°C e 10°C em comparação com o ambiente, por um período entre 3 e 4 horas.

Não é necessário colocar o tapete na geladeira ou freezer antes de usar.

Ao pressionar a mão sobre um produto desses, dá para perceber que a superfície fica um pouco mais fresca que o ambiente.

🐶 É seguro para o animal de estimação?

Sim. As marcas dizem que o gel térmico é inofensivo para os bichos e para os humanos, caso o tapete fure – ou leve uma mordida do animal.

Apesar de as fabricantes afirmarem sobre a segurança do produto, pode existir um risco ao ser ingerido, de acordo com especialistas consultados pelo Guia de Compras.

"É fundamental checar se o tapete está intacto e substitui-lo se houver danos", diz Mariana Albiero Ferreira, professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera.

🍌Escorregões: os riscos para os donos

O maior problema encontrado durante os testes foi deixar os tapetes no chão: eles escorregam muito, por causa do gel.

É melhor deixar o produto sobre uma cadeira, sofá ou caminha do pet para evitar acidentes com escorregões. Para quem tem gato, isso é possível.

Para quem tem cachorro, nem sempre dá para colocar em um local mais elevado por conta do porte maior do animal.

Antes da compra, prestar atenção no tamanho

O tapete azul de 30 x 40 cm e o que tem formato de osso (35 x 48 cm) parecem suficientes para um gato ou cão de pequeno porte.

Mesmo o tapete circular – que é vendido como "tamanho G" – também serve bem para pets menores. Tem 60 cm de diâmetro.

Mas, na hora de colocar um cão que pesa 40 kg, sobra cachorro e falta tapete.

Vale ressaltar que modelos maiores, acima de 70 cm, custavam acima de R$ 150 nas lojas pesquisadas em março.

Pichu e o tapete de 30 x 40 cm — Foto: Julia Carolina Silva/g1

🐈 🐕 Como os pets reagiram

A gata Chicabon ignorou a existência do Tapete Gelado Refrescante Azul da Western Pet no primeiro contato. Era só uma coisa a mais no caminho, e ela não quis saber.

O interesse veio apenas com um adicional: e se colocar catnip (erva do gato) ali? Aí sim. Um pouco da planta seca e ela se deliciou, se esfregando no tapete curtindo o "barato" do momento.

Até ficou no tapete gelado por um tempo depois, mas não demonstrou mais interesse em ficar naquele local.

Depois, com o Tapete Gelado Refrescante Gel Premium Ossinho Pet, não mudou de opinião. Só vai se tiver catnip. Se o tapete estiver no sofá, ela se deita ao lado:

Gata Chicabon e o tapete gelado: não quer usar — Foto: Henrique Martin/g1

Uma solução para fazer a gata utilizar o tapete foi colocá-lo em uma das duas cadeiras do escritório.

Quando as cadeiras não estão em uso, elas ficam estacionadas embaixo da bancada, criando um ambiente confortável em que a Chicabon se sente segura.

Colocar o tapete gelado nesse local parecia ser a melhor solução, mas, se outra cadeira sem o tapete estiver livre, é para lá que vai a Chicabon, ignorando o produto mais fresquinho.

Como funcionou com cães

O Tapete Gelado Premium Pet Tamanho G – o maior dos três modelos do teste – não teve espaço o suficiente para um cão de grande porte se acomodar por inteiro em cima dele.

Luna, a labradora, ficou metade para fora, como dá para ver na imagem abaixo:

Luna e o tapete gelado em raro uso — Foto: Lais Ribeiro/g1

O tapete foi utilizado em um dia realmente muito quente, quando as temperaturas passaram dos 30°. Fora isso, foi ignorado pela maior parte do período em que ficou disponível. A cachorra deitava no chão, ao lado do tapete.

"Não são todos os animais que 'entendem' a função do tapete e muitas vezes não permanecem em cima dele, perdendo assim a sua função", explica a veterinária Nathália Manduré.

Uma dica para apresentar o tapete ao pet é fazer uma introdução gradual, de acordo com Luiz Guilherme Achcar Capriglione, professor do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

"Incentive o pet positivamente, para que associe o item a uma experiência agradável de descanso. Mas, mesmo assim, alguns animais podem não se adaptar". Entre os incentivos estão colocar petiscos ou brinquedos no tapete, por exemplo. Ou o catnip, no caso da gata Chicabon.

Mas nem todo tapete gelado foi ignorado.

Com seus 40 kg, a cachorra Pichu (metade Weimaraner e metade Doberman) também ficou com boa parte do corpo fora dos três acessórios do teste, mas foi com o Tapete Gelado Premium Pet Tamanho G que ela se deu melhor.

No primeiro dia, a peça foi colocada no meio da sala, onde ela costuma se deitar, mas a existência do tapete foi praticamente ignorada. Ela, inclusive, se deitou ao lado.

Mas depois de passeios longos e com o calor em São Paulo, ela pareceu achar agradável se deitar em cima, ficando longos períodos com a cabeça ou barriga nele.

Mas para que isso acontecesse, o tapete precisava estar no meio da sala. Vale lembrar que a peça é escorregadia.

O tapete foi também colocado sobre o futon em que ela costuma se deitar. Ela se acomodou normalmente no espaço e passou, como de costume, um longo tempo ali.

Apesar do uso, algumas vezes, ficou a dúvida se ela estava se deitando pelo gelado ou só porque era algo um pouco mais fofinho no lugar onde ela costuma estar.

Pichu deitada no tapete gelado — Foto: Julia Carolina Silva/g1

Conclusão

O tapete gelado para pet, independentemente da marca, é o mesmo modelo: tem acabamento de plástico reforçado e uma camada de gel térmico por dentro. Só muda o tamanho e o formato do produto.

O uso do tapete refrescante pareceu uma grande ação de tentativa e erro: de três, dois pets não gostaram de deitar em cima do produto.

O Tapete Gelado Premium Pet Tamanho G, com 60 cm de diâmetro, era pequeno, no fim das contas, e faltou área para cobrir os cachorros.

Fato é que os produtos não vêm com indicações de como treinar ou atrair os pets para usá-los. E dizer pro seu gato ou cachorro que é geladinho não vai mudar muito a opinião dele.

Vale mais avaliar o perfil do pet antes da compra: se ele é curioso com novidades, talvez o tapete refrescante seja uma boa compra. Se ele ignora, nem tanto.

Tem alternativas ao tapete refrescante para o calorão?

Sim. De acordo com Carla Maria Figueiredo de Carvalho, fiscal médica-veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), é possível seguir algumas dicas para deixar os pets sofrendo menos com o calor:

  • Colocar uma toalha no congelador e, em seguida, deixar o animal deitar em cima.
  • Deixá-los à sombra em passeios externos e evitar passear em horas mais quentes do dia.
  • Oferecer água fresca com mais frequência, com cubos de gelo.
  • Oferecer picolés de ração úmida (sachê) diluídos com água.
  • Manter o animal em local ventilado e sombreado ou refrigerado, principalmente aqueles com focinho achatado e com pelos mais longos.
  • Não deixar os animais sozinhos no carro fechado.

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