Garrafa térmica para água funciona? g1 testa 3 modelos que gelam por bastante tempo

🧊 Entram em cena as garrafas térmicas na faixa de 1 litro, que conseguem deixar a água geladinha por horas e horas. Ou quente, se for essa a necessidade. Elas são feitas com o mesmo processo de fabricação utilizado nos copos térmicos, bastante populares entre quem toma cerveja.

O Guia de Compras testou três modelos no uso cotidiano, com ajuda de um termômetro de alimentos.

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Os produtos avaliados foram:

• Contigo Cortland Chill Fit 2.0 946ml
• Kouda Lakshi 960ml
• Stanley Quencher Pool 1,12l

Os itens custavam entre R$ 210 e R$ 320 nas lojas da internet consultadas. Bem mais caro que uma garrafa motivacional, que sai por R$ 40 (ou menos).

Os testes foram feitos usando água gelada e quente, com medições da temperatura para ver quanto tempo cada uma das garrafas aguenta. Não se trata de um teste de laboratório e foi feito em uma cozinha doméstica.

Uma garrafa de alumínio convencional, sem os recursos de isolamento térmico, serviu para comparar as mudanças de temperatura.

Veja abaixo o desempenho de cada modelo.

No final da reportagem, entenda por que essas garrafas mantêm a bebida gelada por mais tempo e leia a conclusão.

A Contigo Cortland Chill Fit 2.0 é uma garrafa térmica com capacidade de 946 ml, a menor entre os modelos avaliados.

Mas é a garrafa mais barata do teste: custava R$ 210 nas lojas da internet em novembro.

O produto é feito em aço inox com acabamento em preto. A tampa tem um bocal com uma trava de segurança, que ajuda a evitar vazamentos e previne a entrada de sujeira na garrafa.

Para beber, basta destravar e pressionar um botão. A tampa também traz uma pequena alça para transporte.

A fabricante diz que o modelo aguenta a temperatura fria até 24h e quente, até 6h.

Nos testes com água gelada, a garrafa da Contigo manteve uma média de temperatura de 6,3ºC durante as primeiras quatro horas de uso.

Para comparação, ficou atrás da Kouda (3,07ºC) e à frente do modelo da Stanley (7,05ºC). A garrafa de alumínio teve uma média de 11,8ºC nas primeiras quatro horas.

Ao completar 12h de teste, a água na Contigo estava na temperatura de 13,1ºC, ainda fresca, mas não totalmente gelada – e era a mais “quente" dos três modelos avaliados.

Nesse mesmo período, a água na garrafa de alumínio estava já na temperatura ambiente (em torno dos 23ºC).

Na checagem das 24h, a temperatura interna do líquido na Contigo estava em 16,8ºC.

Já com a água quente inserida na garrafa a 90ºC, o modelo atingiu 87ºC uma hora depois (a mais quente entre as três garrafas do teste) e 76,8ºC a duas horas.

Após 12h, a temperatura da água era de 38,5ºC – ainda morna e a mais quente dos três modelos avaliados.

A Kouda Lakshi, com capacidade de 960ml, foi a garrafa que manteve a menor temperatura por mais tempo durante os testes com água gelada. Ao final de 24h, a água estava em 11,8ºC.

O produto custava R$ 220 nas lojas on-line pesquisadas em novembro.

A tampa da Kouda é feita de plástico, com um bocal simples com uma tampa de rosca e alça para transporte.

A garrafa é produzida em aço inoxidável, com acabamento em preto, e a fabricante promete até 20h de água fria e 8h de água quente.

Nos testes com água gelada, a Kouda Lakshi ficou com uma temperatura média de 3,07ºC nas primeiras quatro horas.

O número é menor que a metade das médias da Contigo (3,18ºC) e Stanley (7,05ºC) atingiram.

Vale notar que, na marca de 4h, a Kouda ainda era a única garrafa a manter algumas pedras de gelo intactas – ainda que bastante derretidas. Nas outras garrafas do teste, o gelo já tinha desaparecido.

Na marca de 12h com água gelada, o líquido na garrafa da Kouda estava com temperatura de 5,8ºC, ainda a mais baixa. Ao bater 24h, era de 11,8ºC.

Com os testes de água quente, a Kouda foi a menos eficiente.

A temperatura era de 86,6ºC na primeira hora e de 76,4ºC na segunda hora de uso. Após 12h, era de 35,8ºC – a mais baixa entre as três garrafas do teste.

O modelo Stanley Quencher Pool é o único do teste em formato de caneca, além de ter a maior capacidade, com 1,12 litro.

O produto também é o mais caro: custava R$ 320 no começo de novembro nas lojas da internet pesquisadas.

Com uma alça para suporte e uma tampa plástica com canudo, o Quencher Pool é o único modelo diferente no visual em relação aos demais. Parece um copo gigante com alça.

Tem um acabamento similar aos copos térmicos da marca (veja o comparativo). A versão do teste era de aço inoxidável pintada na cor azul claro.

A fabricante promete deixar a água gelada por até 11h. Para líquidos quentes, o tempo estimado é de até 7 horas.

Nos testes com água gelada, o Stanley teve a maior temperatura média nas primeiras 4 horas de uso, com 7,05ºC.

Na marca de 12h de teste, a caneca estava com 12,5ºC – ou 0,6ºC abaixo do modelo da Contigo, mas ainda pouco mais do dobro da temperatura encontrada no Kouda (5,8ºC).

Ao bater 24h com água gelada, o modelo da Stanley estava com a maior temperatura final, de 19,5ºC.

Já no teste de água quente, o Quencher Pool perdeu mais temperatura que os demais concorrentes no início (85,3ºC na hora 1 e 75,5ºC na hora 2).

Mas chegou ao final das 12h em segundo lugar (36,9ºC), atrás do Contigo (38,5ºC) e à frente do Kouda (35,8ºC).

QUAL O MELHOR? Na prática, o resultado dos testes com as garrafas térmicas é muito parecido. A bebida ficou gelada muito mais tempo que no modelo de alumínio usado para referência.

Veja na tabela abaixo a comparação entre as temperaturas frias:

Porém, para drinks com gelo, o modelo da Kouda foi o que manteve as menores temperaturas por mais tempo – o que pode ser mais interessante para quem gosta de água bem gelada o dia todo.

Já o teste com água quente mostra que pode ser mais seguro usar essas garrafas apenas para despejar líquido quase fervente em um copo ou caneca, sem nunca beber direto do bocal.

Se essa for a ideia – de usar como um recipiente para guardar líquidos quentes, sem beber diretamente –, a garrafa da Contigo foi a mais eficiente.

Mas para despejar em uma caneca, é preciso remover a tampa, já que o bocal é mais fechado e difícil de despejar água em maior quantidade.

Veja na tabela abaixo a comparação das temperaturas quentes:

VALE A PENA? Após algumas horas, as diferenças entre as garrafas térmicas e a utilizada para controle eram bastante grandes – 10ºC a mais na marca de 4h de avaliação e 13ºC a mais nas 12h de teste.

Para quem quer beber bastante água gelada durante o dia, essas garrafas dos testes são uma ótima alternativa às garrafas plásticas.

COMO FORAM FEITOS OS TESTES: Os testes com água gelada usaram nove pedras de gelo médias e uma grande, com as garrafas completadas com água filtrada.

Conforme o equilíbrio térmico entre bebida e copo ocorrem, a temperatura tende a baixar rápido na comparação com as primeiras medições.

Isso ocorre porque bebida e copo chegaram a um equilíbrio térmico e não estão perdendo calor para o ambiente. E ficaram até mais gelados conforme o tempo, para depois retomar a esquentar transferindo calor pela tampa de plástico.

O tempo máximo do teste com gelo foi de 24h, já que as fabricantes das garrafas indicam entre 11h e 24 horas de líquido gelado.

Durante a avaliação com gelo, o conteúdo das garrafas foi reduzido aos poucos, com alguns goles direto do bocal/canudo entre uma medição e outra. Afinal, era preciso checar se a água estava gelada mesmo.

Os testes com água quente foram feitos com o líquido aquecido a 90ºC, que é a temperatura que costuma ser recomendada para fazer chá.

A cada hora, uma xícara de água foi retirada da garrafa, como se estivesse sendo usada em um escritório para bebida quente, por exemplo. O tempo máximo de testes foi de 12h, já que o limite dos fabricantes fica entre 6h e 8h de líquidos quentes.

O termômetro digital de cozinha foi inserido a cada hora no bocal para verificar a temperatura nas duas situações (quente e fria).

Os produtos foram enviados pelos fabricantes por empréstimo e serão devolvidos.

POR QUE FICA GELADO (OU QUENTE) POR MAIS TEMPO? Os copos térmicos são construídos com duas camadas – uma interna e outra externa – produzidas em aço inoxidável.

Na fábrica, uma máquina extrai o ar entre essas duas camadas, gerando um vácuo.

Marcelo Fernandes Vieira, professor de engenharia química da Universidade Estadual de Maringá, explica que o vácuo é o diferencial desses copos.

"Tem um copo dentro de outro e algo entre eles que impede a troca de calor com o ambiente”, diz o professor, que ajudou a validar a metodologia dos testes.

Porém, ainda existe uma troca de calor com o ambiente pelas tampas, feitas em plástico nos três modelos avaliados.

O da Stanley, pela maior capacidade (1,12L), tem uma tampa plástica maior e um canudo com abertura exposta ao ar, que ajudam a acelerar essa troca de calor.

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