Cravinhos e Lindemberg deixam cadeia na última saída temporária do ano; Robinho passará Natal e Ano Novo na prisão

Saída temporária começa nesta segunda-feira (23) e vai até o dia 3 de janeiro. No Vale do Paraíba, que abriga o complexo prisional de Tremembé, cerca de 3,4 mil detentos deixarão os presídios logo pela manhã.

Por g1 Vale do Paraíba e Região


Cravinhos e Lindemberg deixam cadeia na última saída temporária do ano; Robinho passará Natal e Ano Novo na prisão — Foto: Foto 1: Carlos Dias/g1 | Foto 2: Diogo Moreira/Futura Press/Agência Estado | Foto 3: Reprodução/TV Globo

Cerca de 3,4 mil presos que cumprem pena no Vale do Paraíba, que abriga o complexo prisional de Tremembé, deixam os presídios na manhã desta segunda-feira (23) para a saída temporária de Natal e Ano Novo.

Entre os beneficiados estão presos de casos de grande repercussão no país, como Cristian Cravinhos e Lindemberg Alves. Eles ficarão 11 dias nas ruas e devem voltar às penitenciárias onde cumprem pena no dia 3 de janeiro de 2025.

O Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr. Edgard Magalhães Noronha, o Pemano, em Tremembé, concentra o maior número de beneficiados: 2.440.

Na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé - conhecida por abrigar presos em casos de grande repercussão - serão 117 presos beneficiados com a saidinha. Caso de Cristian Cravinhos e Lindemberg Alves.

O ex-jogador de futebol Robinho, que cumpre pena por estupro no regime fechado, e o empresário Fernando Sastre, motorista de Porsche que provocou acidente com morte em São Paulo, não têm direito à saída temporária e passarão o Natal e Ano Novo na prisão.

Robinho e Fernando Sastre - o motorista do Porsche - não têm direito ao benefício de saída temporária. — Foto: Foto 1: Jornal Nacional/Reprodução | Foto 2: Reprodução/TV Globo/Arquivo

Saídas temporárias

Mesmo com a proibição do Congresso, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a saída temporária no estado. A decisão é embasada na portaria que regulamenta o benefício no judiciário.

O benefício é usado como forma de ressocialização dos presos e manutenção de vínculo deles com o mundo fora do sistema prisional.

Segundo a portaria do TJ-SP, são quatro saídas temporárias previstas por ano no estado: em março, junho, setembro e dezembro, sempre iniciando na terça-feira da terceira semana do mês, às 6h, e se encerrando às 18h da segunda-feira seguinte, com exceção de dezembro, quando a saidinha vai do dia 23 ao dia 3 de janeiro.

Neste ano, as saídas temporárias em SP foram marcadas para as seguintes datas:

  • 1ª saída: de 12/3 a 18/3
  • 2ª saída: de 11/6 a 17/6
  • 3ª saída: de 17/9 a 23/9
  • 4ª saída: de 23/12/2024 a 3/1/2025

No fim do mês de maio, o Congresso derrubou vetos do presidente Lula (PT) à proposta que acaba com a saída temporária dos presos em datas comemorativas, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu manter a segunda e a terceira saidinha do ano. Ainda não foi definido se a saidinha de fim de ano será mantida ou não no estado de SP - leia mais clicando aqui.

Apenas os presos do regime semiaberto podem usufruir da saidinha em setembro em SP. Para ter o benefício, os detentos precisam ter o cumprimento mínimo de 1/6 da pena se for réu primário e 1/4 se for reincidente.

Além disso, ainda precisa ter bom comportamento. O preso que tiver alguma ocorrência leve ou média dentro do presídio precisa passar por uma reabilitação de conduta, que leva até 60 dias. Só depois disso, pode ter o benefício.

Presos da P2 no semiaberto

A Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, popularmente conhecida como P2 de Tremembé, é conhecida por ter presos envolvidos em casos de grande repercussão. Veja abaixo alguns deles, beneficiados com a saída temporária:

Lindemberg foi condenado por manter a ex-namorada em cárcere privado e matá-la. — Foto: globo news

Lindemberg Alves: Condenado, em 2013, a 39 anos de reclusão. Lindemberg foi detido após manter em cárcere privado e matar a ex-namorada Eloá Pimentel. O detento invadiu o apartamento onde morava Eloá e manteve ela, sua amiga Nayara Rodrigues e outros dois colegas de escola delas, como reféns. A negociação durou mais de 100 horas. Eloá foi baleada e morta.

Cristian Cravinhos foi preso em Sorocaba (SP) — Foto: Carlos Dias/G1

Cristian Cravinhos: Condenado, em 2006, a 38 anos. Cristian foi detido após participar da morte do casal Richthofen. O crime foi cometido em outubro de 2002. A filha do casal Manfred e Marísia, Suzane Richthofen também foi presa com o namorado Daniel Cravinhos pelo mesmo crime, mas ambos já deixaram a cadeia.

Um dos irmãos Cravinhos tenta subornar PM e é preso em Sorocaba (SP)

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