Justiça revoga prisão domiciliar e polícia volta a prender presidente afastado de empresa de ônibus investigada por ligação com o PCC

Ubiratan Antônio da Cunha é acusado de lavagem de dinheiro e envolvimento com a organização criminosa. Ele estava em prisão domiciliar, que foi revogada após se ausentar da perícia médica marcada pela Justiça.

Por Bruno Tavares, g1 SP e TV Globo — São Paulo


Ubiratan Antonio da Cunha — Foto: Reprodução/TV Globo

A polícia de São Paulo voltou a prender, na manhã desta sexta-feira (20), Ubiratan Antonio da Cunha, presidente afastado da UPBus, empresa de transportes investigada pelo Ministério Público por ligação com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ubiratan foi preso em julho deste ano, acusado dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Contudo, devido a um acidente doméstico, ele teve a prisão preventiva convertida em domiciliar, permanecendo nessa condição desde então.

A perícia médica dele estava marcada para 5 de dezembro, mas ele não compareceu, alegando que havia sido levado com urgência ao hospital, devido a dores intensas no peito.

Então, o Ministério Público entrou com um pedido de revogação da prisão domiciliar, o qual foi atendido pela Justiça na última quarta-feira (18).

Segundo o juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, autor da decisão, os próprios documentos apresentados pela defesa mostram que Ubiratan já não apresenta riscos de infecções e de perda de mobilidade, como na época em que a prisão domiciliar foi decretada.

"A prisão domiciliar não mais de justifica, de modo que os estabelecimentos prisionais são plenamente aptos a fornecer os tratamentos médicos e acompanhamento necessários para o atual quadro de saúde do acusado", avaliou o magistrado.

Portanto, para o juiz, o réu estaria em condições de voltar ao presídio, tendo sua prisão convertida em preventiva novamente.

Microônibus da empresa UPBus, que opera na Zona Leste de São Paulo e foi alvo de operação do Ministério Público de São Paulo. — Foto: Divulgação/UPBus

Operação Fim da Linha

Ubiratan Antonio da Cunha foi um dos alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril.

A pedido do MP, a Justiça decretou a prisão preventiva de Ubiratan Antônio da Cunha por descumprimento de medidas cautelares. Ele estava proibido de ter contato com outros réus e com pessoas da cooperativa.

O mandado foi cumprido em 16 de julho pela 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (DEIC).

23 armas de fogo apreendidas

Em junho, o Ministério Público e a polícia apreenderam 23 armas de fogo de propriedade de Ubiratan.

A ação aconteceu em uma força-tarefa entre o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e a 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (DEIC).

Após a denúncia, o Ministério Público requereu a suspensão dos registros de posse e porte de arma de fogo do réu em razão do risco a toda coletividade e aos envolvidos na administração atual da empresa.

Além das armas, também foram apreendidos o celular do acusado e o dispositivo de armazenamento de imagens do sistema de monitoramento da empresa.

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