Vídeos mostram por diferentes ângulos execução de empresário no Aeroporto de Guarulhos
Câmeras de segurança registraram o momento em que o empresário, delator do PCC ao Ministério Público, é morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A ação ocorreu às 16h03 no desembarque no Terminal 2 e a polícia investiga o caso como execução, queima de arquivo.
Pelas imagens, é possível ver que os dois atiradores estão encapuzados. A ação dura 15 segundos.
Os passageiros caminhavam tranquilamente com suas malas, quando no canteiro central da área de desembarque, dois homens armados e encapuzados saem do Gol preto, estacionado em frente a um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM), e começam a atirar.
O alvo é um homem de camiseta branca, com uma mala preta, o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, que era um delator do Ministério Público de São Paulo, que estaria entregando uma série de esquemas de lavagem de dinheiro do PCC.
Vnicius passa pela calçada e atravessa na faixa de pedestre. Quando chega ao outro lado, o Gol preto para, quase em frente ao empresário, e os dois homens saem do carro atirando. Ele tenta fugir, mas tropeça na mureta e caí, neste momento, é atingido por mais disparos dos suspeitos. Depois que o empresário fica caído no chão, os suspeitos entram novamente no veículo e fogem.
Uma câmera de outro local, mostra a correria dos passageiros. Uma mulher, que aparece nas imagens de mala e mochila rosa, esperava na porta da entra do Terminal. Ela tenta fugir, mas é atingida e cai na porta. Em seguida a vítima aparece no canto do vídeo se arrastando atrás da porta. Ela continua deitada e alguns segundos depois um homem aparece oferecendo ajuda.
O carro utilizado no ataque foi encontrado em uma comunidade próxima, em Guarulhos. Dentro do veículo, foram encontradas munições de fuzil e um colete. Também houve outro tiroteio perto do Hotel Pullman, nas imediações do aeroporto.
Os feridos seriam dois motoristas de aplicativo e uma mulher que estava na calçada do aeroporto quando ocorreram os disparos. Segundo os investigadores, os três foram socorridos em estado grave.
Após desavenças, ele também teria mandado matar dois integrantes do PCC. Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo, foram mortos em 27 de dezembro de 2021. Gritzbach é réu por esses crimes.
O Ministério Público diz que o empresário mantinha negócios na área de criptomoedas.
Câmeras flagram execução de homem no aeroporto de Guarulhos em SP
Gritzbach prestou depoimentos ao MP nos últimos seis meses, sendo o último há 15 dias. Ele era réu por lavagem de dinheiro de mais de R$ 30 milhões proveniente do tráfico. A maior parte dessas operações de lavagem era feita com a compra e venda de imóveis e de postos de gasolina.
Ele entregou vários esquemas, deu várias pistas de ilícitos cometidos e ainda ficou de entregar mais.
Ainda segundo as investigações, Vinicius chegou a ter influência grande em células do PCC, tendo participado inclusive de tribunal do crime, quando se avalia se um integrante deve ou não ser assassinado por deslealdade à facção.
Em março deste ano, Gritzbach assinou um acordo de colaboração premiada com o MPSP. Entregou supostos esquemas do PCC e também denunciou esquemas de extorsão envolvendo policiais civis de São Paulo.
Como o crime foi na área externa do aeroporto, a Polícia Civil é responsável pela investigação, não a Polícia Federal. Com isso, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e a Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (DEATUR) estão no atendimento da ocorrência.
Os suspeitos seguem foragidos.
Surpreendido
Vinicius estava voltando de Maceió (AL) para São Paulo, acompanhado da namorada. Ele foi surpreendido quando pisou do lado de fora do aeroporto.
O filho teria testemunhado a morte do pai. O filho estava com um dos seguranças de Vinicius que, segundo as apurações preliminares, chegou sozinho ao aeroporto.
As investigações até agora mostram que Vinicius tem quatro seguranças, todos policiais militares de São Paulo. O carro em que eles estavam quebrou a caminho de Cumbica. Um deles pegou o filho de Vinicius e foi até aeroporto esperar por ele. Os outros ficaram com o carro quebrado em posto de gasolina.
Todos os quatro seguranças foram identificados e serão interrogados, a princípio, na delegacia do aeroporto de Cumbica, inclusive a namorada do empresário assassinado, que saiu correndo da cena do crime, antes da chegada da polícia.
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