As cidades da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, registraram novos casos de mpox [antes varíola dos macacos] entre agosto e setembro. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), de janeiro até a última quinta-feira (19), nove pacientes foram diagnosticados com a doença em Cubatão, Praia Grande, Santos e Peruíbe.
A doença voltou a ser classificada, em agosto, como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em nota, a SES-SP disse estar atenta ao cenário epidemiológico e que todas as unidades de saúde estaduais já têm recomendações técnicas de monitoramento e acompanhamento da doença.
De acordo as prefeituras, não houve mortes em decorrência da mpox. Em agosto deste ano, o g1 divulgou os três primeiros casos confirmados na região – um em Praia Grande, um em Santos e outro em Peruíbe.
Casos confirmados
A Secretaria de Saúde de Cubatão informou que um homem de 34 anos recebeu o resultado positivo no dia 12 de setembro. Ele não foi internado, mas apresentou mal-estar geral, febre, hiperemia [aumento da quantidade de sangue em uma determinada região do corpo] e bolinhas com pus generalizadas.
Segundo a pasta, é provável que o paciente tenha contraído a doença em São Paulo, onde esteve na semana anterior à infecção.
Em Praia Grande, segundo a prefeitura, foram registrados três casos neste ano. Um dos pacientes, diagnosticado em junho, já cumpriu o período de isolamento e está recuperado. Dois pacientes homens, de 44 anos, estão em isolamento domiciliar, sem sinais de gravidade da doença e sendo monitorados pela equipe de Vigilância Epidemiológica de Praia Grande.
Entenda por que a mpox voltou a ser uma emergência global
Em Santos, houve quatro casos confirmados entre os moradores, incluindo uma mulher de 32 anos que teve o diagnóstico em agosto. Os três pacientes foram monitorados, isolados em domicílio, tratados e apresentaram uma boa evolução clínica.
"O último começou a apresentar os sintomas da doença neste mês de setembro, segue em isolamento domiciliar, em tratamento e monitorado", disse a prefeitura.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Peruíbe, até o momento o único caso de mpox confirmado na cidade foi de um homem de 32 anos, atendido no Hospital das Clínicas de São Paulo. Apesar de ter sido notificado com endereço de Peruíbe, ele mora na capital paulista.
As Prefeituras de Itanhaém, São Vicente, Mongaguá, Bertioga e Guarujá disseram que não houve casos confirmados de mpox nesses municípios até a última atualização da reportagem.
Mpox
A "'varíola dos macacos", como era chamada a mpox, foi identificada pela primeira vez justamente em colônias de macacos, em 1958. Ela é uma zoonose viral, ou seja, é transmitida entre pessoas e animais.
Segundo a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr), apesar do vírus receber a nomenclatura de varíola dos macacos, a doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos, que ocorre entre pessoas contaminadas.
O contágio pode, ainda, ocorrer entre pessoas e roedores, como esquilos, e outros mamíferos, como até mesmo o cão doméstico. Por isso, em 2022, foi estabelecida a mudança de nome para o termo mpox (monkeypox virus).
À época, a necessidade da mudança do nome ficou ainda mais evidente quando, em regiões do Brasil, foram registrados ataques contra os primatas pela população por conta da associação da doença ao animal.
Contágio
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão do vírus ocorre por contato (beijos, abraços, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele da pessoa infectada.
A recomendação, em casos suspeitos, é evitar o contato próximo com outras pessoas até o desaparecimento dos sintomas. O ideal é realizar o isolamento imediato e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, como toalhas e roupas de cama, por exemplo.
Tratamento
Ainda segundo o Ministério, não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas e prevenir sequelas em longo prazo.