O Parque Estadual do Morro do Diabo completa 80 anos de conservação nesta sexta-feira (29). Situado no município de Teodoro Sampaio (SP), no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo, o local preserva a maior área contínua remanescente da Mata Atlântica de Interior. Ao todo, são mais de 33.800 hectares de extensão, que foram decretados como reserva ambiental em 1941.
O calendário de comemorações está repleto de atividades como vídeos, inauguração de rotas e entregas de mudas. A programação segue até domingo (31).
Também serão realizadas palestras que podem ser acompanhadas pelas redes sociais do parque. A participação nos novos trajetos é gratuita e não é preciso fazer nenhum tipo de cadastramento prévio.
Já as visitações ao local estão suspensas até dezembro por conta das obras de revitalização, sendo possível apenas ir à trilha do Morro do Diabo. Para a visitação, é necessário agendamento pelo pe.mdiabo@fflorestal.sp.gov.br e o valor do ingresso é de R$ 16.
Sobre o parque
O nome do local desperta várias lendas, sendo que uma delas afirma que índios revoltados com bandeirantes, que teriam dizimado sua aldeia, os mataram em uma emboscada e aqueles que conseguiram fugir diziam que o diabo estava no morro.
A flora local apresenta algumas características: uma mancha de cerrado imersa na floresta e a presença de populações de duas espécies de cactáceas: mandacaru e xique-xique, que dão à vegetação um aspecto de caatinga.
A fauna conta com o raro mico-leão-preto, uma espécie endêmica da Mata Atlântica paulista, símbolo do parque e um dos primatas mais ameaçados do mundo. Mais duas espécies de primatas também são encontradas na área: o bugio e o macaco-prego.
Obras de revitalização
O Parque Estadual do Morro do Diabo será o quarto “parque-modelo” da Fundação Florestal. Para isso, o local está sendo revitalizado e a obra já tem 86% de execução, com conclusão prevista para dezembro de 2021.
Estão sendo recuperados 100% das edificações, em sua maioria de madeira, por meio de um trabalho aperfeiçoado de recuperação e substituição de peças, atribuindo nova vida aos locais.
Além da restauração de coberturas, estão sendo refeitos todos os sistemas de tratamento de esgoto de forma individualizada para cada edificação, a partir de biodigestores, em atendimento aos parâmetros exigidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A obra também entregará um novo sistema de distribuição de energia, refazendo a entrada padrão da concessionária, posteamento e distribuição interna.
Também está em fase final a revitalização da Trilha Suspensa do Barreiro da Anta, um atrativo de grande relevância. As obras têm o objetivo de estimular o aumento da visitação pública e também o desenvolvimento de pesquisas que ocorrem no local.
Com o término das obras, a Fundação Florestal prevê a elaboração do projeto de permissão de uso das estruturas existentes, para que sejam oferecidos serviços de qualidade ao público, como hospedagem, alimentação, venda de souvenirs e aluguel de equipamentos de ecoturismo.
A permissão de uso deverá atender a requisitos básicos, como o estímulo à economia local, com a exigência de contratação de porcentagem mínima de mão-de-obra local, priorização na compra de produtos da região e valorização do bioma da Mata Atlântica, entre outros.
Monitoramento de mamíferos
Ainda existe um projeto-piloto que tem como meta testar metodologias e procedimentos para o monitoramento de médios e grandes mamíferos para compor o Programa Estadual de Monitoramento da Biodiversidade da Fundação Florestal.
Foi também desenvolvida a customização de um aplicativo que substitui as usuais cadernetas de campo e facilitando a coleta de informações sobre as câmeras e dados como pegadas, rastros, fezes, tocas, presença de árvores frutíferas e frutos e barreiros, entre outros.
Trata-se de inovação tecnológica que permite aos envolvidos no projeto acessarem informações em tempo real, de qualquer lugar.
Para mais informações, acesse o site do parque.
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