A história oficial de muitas cidades brasileiras frequentemente ignora ou marginaliza a contribuição de importantes grupos sociais para o seu desenvolvimento. Em São Miguel Arcanjo (SP), essa narrativa começa a ser reescrita com o documentário "Povo Preto de São Miguel".
Dirigida por Rafael Francis e realizada pela Caburé Artivismo Cultural, a obra é um mergulho nas memórias, lutas e conquistas da população negra da região.
"Aqui, havia uma grande propriedade no período colonial com trabalhadores escravizados, cujas vidas nunca foram devidamente lembradas. Este documentário busca dar voz a essas memórias", explica Rafael.
O filme combina depoimentos de moradores e pesquisadores para revelar a riqueza cultural e social de uma comunidade que ajudou a construir e a moldar a cidade.
Entre os entrevistados estão figuras fundamentais que carregam, em suas histórias e trabalhos, a herança e a resistência da negritude local, como Dudu Terra, Afro Jack, Mãe Dinah de Oxum, Ariosto Salvador Araújo e outros.
"A proposta é dar voz às memórias e aos protagonistas, fazendo um paralelo entre passado e presente, destacando a riqueza e a resistência da comunidade negra ao longo dos anos", afirma o diretor.
Realizado com o apoio da Lei Aldir Blanc 2024, o documentário tem pesquisa de Cristiane Demétrio e trilha sonora de Gui Silveira.
Evento de estreia
Além da exibição do documentário, o evento de estreia da produção, no dia 28 de dezembro (sábado), a partir das 18h, contará com uma programação especial, incluindo uma roda de conversa com pesquisadores e ativistas, apresentações culturais de grupos locais e a presença de líderes comunitários.
Com entrada gratuita, o evento será realizado na Casa Opoca, localizada na Rua Coronel Fernando Prestes, 835, no Centro.
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